quarta-feira, 29 de maio de 2013

Arte gótica - Arquitectura Religiosa (Catedral 5)

A arte gótica caracteriza-se pela sua verticalidade, pela luz (associada à ideia de Deus) e por uma extraordinária atenção ao detalhe.

A catedral gótica é a casa de Deus, por excelência, ligação entre o Céu e a Terra.

A fachada, ladeada por duas torres ascendentes, evoca a ideia de Porta do Céu, magnífica entrada do Paraíso.

A iconografia* da porta principal harmoniza a governação das coisas do espírito e das coisas terrenas (representando profetas e reis) bem como glorifica Cristo e Maria.

Iconografia*
s.f. Estudo dos assuntos representados nas obras de arte, de suas fontes e de seu significado.

A nave central, através da sucessão das suas arcadas, conduz o visitante até ao altar, situado na abside.
O olhar sobe até à abóbada inundada de luz que representa a concepção gótica de Deus e simboliza a glória da Sua presença.

Arquitectura
A arquitectura gótica teve na catedral urbana a sua melhor forma de expressão.

Do ponto de vista construtivo, o gótico não se apresenta como um estilo novo, pois nasceu da evolução técnica dos métodos de construção do românico. Mantém a planta em forma de cruz com 3 ou 5 naves, o transepto, a abside, mas revela novas formas de conceber o espaço através da utilização do arco quebrado ou arco em ogiva, a sua principal invenção técnica.

Adoptado nas construções, este novo arco, mais elástico e flexível, permitiu criar novas formas de cobertura; as abóbadas de cruzaria de ogivas.

Virtualmente mais leves, as abóbadas ogivais puderam ser construídas a níveis cada vez mais altos, o que agradava à estética da época.
Isso obrigou ao reforço dos apoios exteriores, aparecendo assim um novo tipo de contraforte, mais esbelto e elegante.
Este era constituído por um elemento maciço e vertical, o botaréu, que se conjugava com os arcobotantes, meios arcos que ligavam a abóbada central ao botaréu.

Os arcobotantes transferiam para os botaréus (e destes para os alicerces, no chão) as pressões exercidas pelas abóbadas, tornando possível o seu extraordinário equilíbrio.

Esta técnica construtiva exigiu conhecimentos avançados, sofisticadas maquinarias e, sobretudo, uma correcta concepção prévia de toda a obra.

Foi graças a estas novas técnicas que a arquitectura gótica conseguiu concretizar os novos princípios estéticos que tanto a caracterizam:
-          maior verticalidade
-          amplitude dos espaços internos
-          luminosidade conseguida pelas amplas janelas preenchidas com vitrais, que rasgavam as paredes de um pilar a outro.






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