A arte gótica caracteriza-se pela sua verticalidade, pela luz
(associada à ideia de Deus) e por uma extraordinária atenção ao detalhe.
A catedral gótica é a casa de Deus, por excelência, ligação entre o Céu
e a Terra.
A fachada,
ladeada por duas torres ascendentes, evoca a ideia de Porta do Céu, magnífica
entrada do Paraíso.
A
iconografia* da porta principal harmoniza a governação das coisas do espírito e
das coisas terrenas (representando profetas e reis) bem como glorifica Cristo e
Maria.
Iconografia*
s.f. Estudo
dos assuntos representados nas obras de arte, de suas fontes e de seu
significado.
A nave
central, através da sucessão das suas arcadas, conduz o visitante até ao
altar, situado na abside.
O olhar sobe
até à abóbada inundada de luz que representa a concepção gótica de Deus e
simboliza a glória da Sua presença.
Arquitectura
A
arquitectura gótica teve na catedral urbana a sua melhor forma de expressão.
Do ponto de
vista construtivo, o gótico não se apresenta como um estilo novo, pois nasceu
da evolução técnica dos métodos de construção do românico. Mantém a planta
em forma de cruz com 3 ou 5 naves, o transepto, a abside,
mas revela novas formas de conceber o espaço através da utilização do arco
quebrado ou arco em ogiva, a sua principal invenção técnica.
Adoptado nas
construções, este novo arco, mais elástico e flexível, permitiu criar novas
formas de cobertura; as abóbadas de cruzaria de ogivas.
Virtualmente
mais leves, as abóbadas ogivais puderam ser construídas a níveis cada
vez mais altos, o que agradava à estética da época.
Isso obrigou
ao reforço dos apoios exteriores, aparecendo assim um novo tipo de
contraforte, mais esbelto e elegante.
Este era
constituído por um elemento maciço e vertical, o botaréu, que se
conjugava com os arcobotantes, meios arcos que ligavam a abóbada
central ao botaréu.
Os
arcobotantes transferiam para os botaréus (e destes para os alicerces, no chão)
as pressões exercidas pelas abóbadas, tornando possível o seu extraordinário
equilíbrio.
Esta técnica
construtiva exigiu conhecimentos avançados, sofisticadas maquinarias e,
sobretudo, uma correcta concepção prévia de toda a obra.
Foi graças a
estas novas técnicas que a arquitectura gótica conseguiu concretizar os novos
princípios estéticos que tanto a caracterizam:
-
maior verticalidade
-
amplitude dos espaços internos
-
luminosidade conseguida pelas amplas
janelas preenchidas com vitrais, que rasgavam as paredes de um pilar a outro.
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