quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Grécia Romana - A cultura do Senado (módulo 2)

A Península grega ficou sob domínio romano a partir de 146 a.C.
No entanto, algumas polis gregas conseguiram manter uma independência parcial.
Atenas e outras cidades gregas revoltaram-se em 88 a.C.
A rebelião foi esmagada pelo general romano Sila.

As guerras civis romanas devastaram ainda mais a região, até Augusto organizar a península como a província de Acaia em 27 a.C.

A Grécia foi fundamental enquanto parte integrante do Império Romano, principalmente pela influência que veio a ter na cultura romana.
Essa influência foi tão marcante que hoje falamos em cultura Greco-Romana.

A ambição romana em dominar a região grega estava, em parte, relacionada com uma certa admiração pela cultura, literatura e a arte (dos gregos).
 O contacto entre a civilização romana, mais prática e brutal, com a civilização grega, mais artística e filosófica, levou a um complexo processo de aculturação*.

*Conceito de aculturação:
1. Fenómeno pelo qual um grupo de indivíduos de uma cultura definida entra em contacto com uma cultura diferente e se adapta a ela ou dela retira elementos culturais.
2. Processo de absorção de ou adaptação a uma cultura, por parte de um indivíduo.

A cultura romana foi muito influenciada
pelos gregos; como revela a frase de Horácio*
"A Grécia dominada superou o seu feroz
vencedor e introduziu as artes no agreste Lácio** ".

*Quinto Horácio Flaco, ( 65 a.C. —  8 a.C.) foi um poeta lírico e satírico romano, além de filósofo. É conhecido por ser
um dos maiores poetas da Roma Antiga.

**O Lácio (em latim, Latium; em italiano, Lazio) é uma região da Itália central com cinco milhões de habitantes e 17 203 km² , cuja capital é Roma.

Os poemas épicos de Homero inspiraram a Eneida de Virgílio e autores como Séneca, o Jovem, que escreveu peças de teatro a partir do modelo grego.

Trabalho de casa
Pesquisa:
1. Quais são os “poemas épicos de Homero”?
2. Explica, de forma muito resumida, do que trata cada um dos referidos poemas.
3. Quem foi o Virgílio referido no texto?
4. Explica, de forma muito resumida, qual o tema da Eneida?
Responde:
5. Quais as razões que levaram Virgílio a inspirar-se na obra de Homero para escrever o seu poema?




segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Aristófanes e a comédia grega (módulo 1)

Dioniso, o que nasceu duas vezes, viu o ditirambo, que lhe era dedicado, originar duas
formas teatrais distintas: a tragédia e a comédia.
Em meados do século V a. C. a tragédia e a comédia tinham conquistado espaços diferentes.
A tragédia pegava no antigo e no remoto, nos deuses e nos heróis.
O espectador podia ver-se numa versão ampliada de si próprio em conflito com as grandes questões do tempo e do destino.

A tragédia era a visão de acontecimentos distantes no tempo.

A comédia era o espelho do presente.

A tragédia punha em cena o que nunca fora nem poderia ter sido visto, na comédia representava-se o acontecimento comum, a experiência quotidiana.
O velho tagarela, o soldado presumido, a cortesã vaidosa, o jovem grosseiro e presunçoso, eram todos personagens tão vulgares que os gregos tendiam a não lhes prestar atenção.
A comédia tornava estas personagens risíveis.

As máscaras utilizadas na comédia deformavam o corpo dos atores de maneira a acentuar o ridículo da personagem como se o aspeto correspondesse à alma.

A tragédia tinha tendência para mostrar os homens melhores do que eram.
A comédia, segundo Aristóteles, dava “uma imagem dos homens pior do que a real; pior não em relação a um conjunto de defeitos, mas em relação a um fator específico, o ridículo, que é uma variante do repugnante.”

Significado de Ridículo
adj. Digno de riso, merecedor de escárnio ou zombaria, que se presta à exploração do lado cómico, irrisório, risível: situação insólita.
Que tem pouco valor; insignificante, irrisório: quantia ridícula.
S.m. Pessoa ridícula.
O que há de ridículo numa pessoa, coisa ou situação: temer o ridículo.
O ato pelo qual se expõe alguém a ridículo; discurso ou palavras com que se ridiculariza; escárnio, zombaria.
Maneira ridícula de ser ou proceder.
Expor (ou meter) a ridículo (pessoa ou coisa), apresentá-la de modo a provocar o riso ou o escárnio dos outros.
Prestar-se (ou dar-se) ao ridículo, falar ou proceder de modo que provoque o riso ou a zombaria.
Significado de Repugnante
adj. Que provoca repulsa; que ocasiona repugnância.
Que causa asco; nojento ou asqueroso.
Figurado. Que é se opõe aos preceitos morais; revoltante.
(Etm. do latim: repugnante)

As comédias de Aristófanes (chegaram até nós 11 dos seus trabalhos) caracterizam-se por uma extraordinária crítica social. Mas a consciência social nunca o fez esquecer o seu objetivo principal enquanto autor de comédias: fazer rir.

Aristófanes parodiou nas suas comédias tiranos, generais, políticos, juízes, tragediógrafos, jovens, velhos, homens e mulheres, num exercício de liberdade de expressão que ainda hoje é digno de admiração.


Bibliografia: Molinari, Cesare, História do Teatro, Ed. 70; Ferry, Luc, A Sabedoria dos Mitos, Círculo de Leitores;  Boorstin, Daniel, Os Criadores, Uma história dos heróis da imaginação, Gradiva; Castiajo, Isabel, O Teatro Grego em Contexto de Representação, Imprensa da Universidade de Coimbra;

Internet: Wikipédia;  http://faroldasletras.no.sapo.pt/frls_elementos_da_tragedia.htm;  http://www.cesargiusti.bluehosting.com.br/Apoio/tragrega.htm; 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Elementos essenciais da tragédia grega (módulo 1)


Elementos Essenciais da Tragédia Grega

Hybris - Desmesura. Sentimento que conduz os heróis da tragédia à violação da ordem estabelecida através de uma ação ou comportamento que se assume como um desafio aos poderes instituídos (leis dos deuses, leis da cidade, leis da família, leis da natureza). A hybris ameaça a ordem do cosmos e potencia o caos. O herói trágico não tem consciência dos seus erros.

Pathos - Sofrimento progressivo, do(s) protagonista(s), imposto pelo Destino (Anankê) como consequência da sua ação.

Ágon - Conflito (a alma da tragédia) que decorre da hybris desencadeada pelo(s) protagonista(s) e que se manifesta na luta contra os que zelam pela ordem estabelecida (a diké, a justiça). É, no fundo, a luta entre o bem e o mal.

Anankê - É o Destino, a inevitabilidade. Encontra-se acima dos próprios deuses, que não podem contrariá-lo.

Peripécia - Acontecimento imprevisível que altera o normal rumo dos acontecimentos que compõem a ação dramática; rumo contrário ao que o desenrolar da ação até então poderia fazer esperar.

Anagnórise (Reconhecimento) -  O reconhecimento pode ser a constatação (compreensão) de acontecimentos acidentais, trágicos, mas, quase sempre, se traduz na identificação de uma nova personagem.

Catástrofe - Desenlace trágico, que deve ser indiciado desde o início, uma vez que resulta do conflito entre a hybris (desmesura, ameaça de desordem) e a anankê (inevitabilidade), conflito que se desenvolve num crescendo de sofrimento (pathos) até ao clímax (ponto culminante).


Katharsis (Catarse) - Purificação das emoções e paixões (idênticas às das personagens), efeito que se pretende da tragédia, através do terror (phobos) e da piedade (eleos) que deve provocar nos espectadores