Novas Vanguardas
Após a 2.ª guerra mundial surge uma nova vaga de movimentos
artísticos designados por “vanguardistas”. Uma figura importante neste contexto
foi o compositor musical John Cage (1912-92).
Merce Cunningham
A parceria que Cage estabeleceu com o bailarino e coreógrafo
Merce Cunningham (1919-2009) estará na origem da primeiras manifestações da
“arte como acontecimento”.
As acções por eles criadas caracterizavam-se por não estabelecer uma relação evidente
entre o bailarino e o trecho musical. Eles partilhavam o mesmo espaço-tempo mas
apenas se harmonizavam em determinados momentos, aparentemente fruto do acaso.
Não há uma história
nem psicologia… apenas arte.
Outra personagem importante neste contexto foi Jackson
Pollock (1912-56) o criador da designada Action
Painting. A técnica do dripping coloca questões novas que
irão transformar toda a reflexão sobre a acção de pintar.
Happening
((e Performance) (e Body Art))
Esta forma de expressão artística (o happening)
não tem definição nem regras específicas.
Não é uma representação teatral pois não tem
obrigatoriamente uma estrutura com princípio, meio e fim.
O happening coloca o espectador e o autor numa
atitude expectante e atenta a determinados factos, acontecimentos ou vivências
que o constituem.
Como o Happening é vivido de uma só vez, nascendo e
desaparecendo no acto de fazer, constitui a mais pura expressão de arte
efémera.
Depósito, happening de Allan Kaprow de 1961.
Nesta obra, o autor amontoou uma enorme quantidade de pneus
num espaço fechado. O público podia circular livremente ou ficar apenas a observar.
A performance é algo muito semelhante ao happening.
Talvez possamos afirmar que a performance tem por base a expressão corporal,
algures entre a dança e o teatro e que reflecte sobre diferentes formas de
actividade humana.
Mas, na verdade, é muito difícil marcar uma fronteira entre
happening e performance.
Também a Body Art se caracteriza por acções de curta duração
e poderia perfeitamente ser considerado num único campo, juntamente com aquilo
que designamos de Happening e Performance.
A sensação de estranheza interpela o observador que pode ou
não participar activamente nos acontecimentos que se desenrolam à sua frente.
A ausência de uma narrativa evidente torna a comunicação
aberta.
Olivier de Sagazan em Transfiguration
Algumas características comuns dos objectos de Arte
Contemporânea:
- ·
Hibridização (o objecto organiza-se reunindo e
suportando em simultâneo diferentes linguagens artísticas, temáticas e
técnicas)
- ·
Originalidade (o autor do objecto procura
descobrir uma forma nova de comunicar com o espectador)
- ·
Narrativa Não-óbvia (o resultado narrativo quase
nunca é óbvio convocando o espectador para que este complete o sentido do
objecto que observa)