quarta-feira, 17 de maio de 2017

A Cultura do Espaço Virtual (7) - Arte Conceptual

Jenny Holzer

A Arte Conceptual é a mais radical e controversa proposta da Arte Contemporânea.

A Arte Conceptual baseia-se no princípio de que a essência da Arte é uma ideia (um conceito).

Alguns artistas, críticos de arte, historiadores e largas camadas do público não encaram as obras conceptuais como sendo obras de arte.

Alguns artistas conceptuais acreditam que a arte é criada pelo observador e não pelo artista e que o objecto é apenas um pretexto para que a arte aconteça no íntimo de cada um de nós.

Assim, ideias e conceitos são a principal matéria-prima das obras conceptuais.


De modo a enfatizar o carácter conceptual da obra de arte, os conceptualistas tendem a reduzir ao mínimo a presença física do objecto (desmaterialização do objecto artístico).


segunda-feira, 15 de maio de 2017

A Cultura do Espaço Virtual (6) - A Arte como Acontecimento

Novas Vanguardas

Após a 2.ª guerra mundial surge uma nova vaga de movimentos artísticos designados por “vanguardistas”. Uma figura importante neste contexto foi o compositor musical John Cage (1912-92).
Merce Cunningham

A parceria que Cage estabeleceu com o bailarino e coreógrafo Merce Cunningham (1919-2009) estará na origem da primeiras manifestações da “arte como acontecimento”.
As acções por eles criadas caracterizavam-se por não estabelecer uma relação evidente entre o bailarino e o trecho musical. Eles partilhavam o mesmo espaço-tempo mas apenas se harmonizavam em determinados momentos, aparentemente fruto do acaso.

Não há uma história nem psicologia… apenas arte.

Outra personagem importante neste contexto foi Jackson Pollock (1912-56) o criador da designada Action Painting. A técnica do dripping coloca questões novas que irão transformar toda a reflexão sobre a acção de pintar.

Happening ((e Performance) (e Body Art))
Esta forma de expressão artística (o happening) não tem definição nem regras específicas.
Não é uma representação teatral pois não tem obrigatoriamente uma estrutura com princípio, meio e fim.

O happening coloca o espectador e o autor numa atitude expectante e atenta a determinados factos, acontecimentos ou vivências que o constituem.
Como o Happening é vivido de uma só vez, nascendo e desaparecendo no acto de fazer, constitui a mais pura expressão de arte efémera.



Depósito, happening de Allan Kaprow de 1961.
Nesta obra, o autor amontoou uma enorme quantidade de pneus num espaço fechado. O público podia circular livremente ou ficar apenas a observar.

A performance é algo muito semelhante ao happening. Talvez possamos afirmar que a performance tem por base a expressão corporal, algures entre a dança e o teatro e que reflecte sobre diferentes formas de actividade humana.
Mas, na verdade, é muito difícil marcar uma fronteira entre happening e performance.


Também a Body Art se caracteriza por acções de curta duração e poderia perfeitamente ser considerado num único campo, juntamente com aquilo que designamos de Happening e Performance.


A sensação de estranheza interpela o observador que pode ou não participar activamente nos acontecimentos que se desenrolam à sua frente.
A ausência de uma narrativa evidente torna a comunicação aberta.

Olivier de Sagazan em Transfiguration

Algumas características comuns dos objectos de Arte Contemporânea:
  • ·         Hibridização (o objecto organiza-se reunindo e suportando em simultâneo diferentes linguagens artísticas, temáticas e técnicas)
  • ·         Originalidade (o autor do objecto procura descobrir uma forma nova de comunicar com o espectador)
  • ·         Narrativa Não-óbvia (o resultado narrativo quase nunca é óbvio convocando o espectador para que este complete o sentido do objecto que observa)


segunda-feira, 8 de maio de 2017

A Cultura do Espaço Virtual (5) - A arte como reflexo (Arte Pop)


A arte do século XX, a partir dos anos 60, muda de forma radical quer na forma quer no pensamento.

É uma arte virada para a vida quotidiana que utiliza o dia-a-dia como fonte de conhecimento e motor para a acção.

A Arte introduz o discurso da banalidade.

Numa sociedade marcada pelo consumo, onde a publicidade ganha cada vez mais espaço (nos meios de comunicação social e nas ruas das cidades), a arte apropria-se de imagens, figuras e objectos que até então não faziam parte do seu universo.

A Arte Pop (abreviatura de “popular”) utilizou uma linguagem figurativa de símbolos, figuras e objectos característicos da cidade e do seu quotidiano.

A temática Pop estava ligada à “cultura popular” e tinha por base imagens retiradas da Banda Desenhada, das revistas e dos jornais, da televisão e do cinema.

Os artistas “pop” utilizaram as técnicas criativas introduzidas pelo movimento Dadaísta aproveitando o desenvolvimento tecnológico para produzirem formas plásticas pouco comuns.

A Arte Pop é o marco de passagem da modernidade para a pós-modernidade na cultura ocidental.

As formas artísticas mais conservadoras e académicas serão postas em causa através de propostas cada vez mais radicais e chocantes. A inovação e a originalidade passam a ser valores determinantes na classificação dos objectos artísticos contemporâneos.


Os objectos artísticos confundem-se com a vida quotidiana. Os meios de comunicação de massas atribuem a objectos de consumo características que, até então, eram exclusivos da obra de arte.