domingo, 28 de abril de 2013

Proposta de trabalho 7 - pintura a acrílico


Proposta de trabalho de aula
7 textos são colocados à tua disposição.

São excertos de 7 romances ou contos de autores portugueses ou de outras nacionalidades.

Deves seleccionar um desses excertos ou, em alternativa, deves escolher um excerto de outra obra e trazê-lo na próxima aula no dia 6 de Maio.

O trabalho consiste em fazer uma ilustração desse texto recorrendo à técnica de pintura a acrílico.

Na aula de 6 de Maio deves também apresentar um esboço a grafite sobre papel (formato A4 ou A3) da imagem que irás produzir como resposta a esta proposta de trabalho.

Materiais necessários
Suporte – dadas as características das tintas acrílicas podes optar por diferentes tipos de suporte para a tua pintura: papel (o papel tipo cavalinho é desaconselhado), tela (podes reutilizar uma tela cobrindo-a com tinta plástica branca fornecida pela escola) madeira, contraplacado ou MDF.
A dimensão mínima do suporte será o tamanho A2 (42X59 cm aproximadamente).
Esta dimensão pode ser “negociada”.

Tintas acrílicas - deves ter à disposição, no mínimo, as cores primárias mais preto e branco.

Pincéis – deves ter à disposição pincéis de diferentes espessuras. Quantos mais pincéis tiveres melhor.

Recipientes para água (vidro ou plástico), paleta (madeira, plástico ou outro) e trapos para limpeza de pincéis.

Proposta de trabalho de casa
Ilustração de textos
Recorrendo à utilização da cor, executa duas ilustrações de textos escolhidos entre os 7 propostos pelo professor ou outros, da tua escolha.

Caso optes por ilustrar um texto escolhido por ti deves entregá-lo juntamente com a ilustração.

Podes optar por um suporte de tamanho A4 ou A3 – tem em atenção questões relacionadas com a composição espacial bem como com a composição cromática.

Materiais a utilizar: lápis de cor, pastel de óleo e aguarela.

1ª ilustração
Deves seleccionar um conjunto de cores frias.
2ª ilustração
Deves seleccionar um conjunto de cores quentes.
Em ambos os casos podes juntar preto e branco às cores seleccionadas.

1º entrega 13 de Maio
2º entrega 27 de Maio

Textos 


1.
Entretanto, os cavalos tinham alcançado os penedos em que se situava o castelo, e a portuguesa, depois de ter ouvido tudo, afirmou uma vez mais que queria ficar. O castelo erguia-se com seu ar de fortaleza austera. Aqui e ali, pequenas árvores retorcidas emergiam entre as rochas como cabelos esparsos. A floresta montanhosa estendia-se com tal fealdade que não seria possível descrevê-la a quem só conhecia as ondas do mar. O ar era forte e frio, e era como se se penetrasse numa cratera onde brilhasse uma luz verde.
E nas florestas havia veados, ursos, javalis, lobos e, quem sabe, unicórnios. Lá no cimo viviam os cabritos monteses e as águias. Cavernas ignoradas dariam guarida ao dragão. A floresta tinha uma profundeza de semanas a fio, atravessada apenas por veredas selvagens, e, nas serranias que se elevavam depois, era o reino dos espíritos. Ali viviam os demónios juntamente com as tempestades e as nuvens.

Robert Musil, Três Mulheres, ed. Livros do Brasil, 2011, pág. 51

2.
Um homem dos seus quarenta anos avançou porta dentro trazendo atrás de si algo e alguém. O alguém, facilmente se percebeu, era um rapazito que empurrava num carrinho de mão um objecto  – uma máquina, percebeu-se depois. Com umas moedas o rapazito desapareceu. O homem, esse, chamava-se Glasser e do seu peito saía um fio eléctrico que o ligava a uma enorme bateria, de mais de vinte quilos. Era uma bateria de camião.
                - É o meu coração artificial – explicou Glasser. – Já fazem mais pequenos mas este funciona.

Gonçalo M. Tavares, Matteo Perdeu o Emprego, ed. Porto Editora, 2010, pág. 53

                3.
Abandonei o local e prossegui o caminho. A trovoada redobrava de intensidade e o trovão rebentou por cima de mim num estrondo terrível cujo eco se repercutiu do Saléve ao Jura e aos Alpes da Sabóia. Relâmpagos que me cegavam, iluminavam o lago, dando-lhe a aparência de uma imensa planície de fogo e depois, durante um momento, tudo parecia submerso numa obscuridade completa, a tal ponto os olhos se achavam ofuscados pela luz violenta.
                Enquanto contemplava esta tempestade magnífica e terrível, ia avançando a passos rápidos. A batalha no céu arrebatava-me a alma. Pus as mãos e gritei:
                - William! Meu anjo! É o teu funeral, são os teus cantos fúnebres?
                Ao dizer estas palavras, distingui na obscuridade uma silhueta a sair furtivamente de um grupo de árvores, não longe de mim. Fiquei imóvel, fixando-a intensamente. Não podia enganar-me. Um relâmpago iluminou-a, e vi distintamente a estatura gigantesca, o corpo disforme e hediondo do miserável demónio a quem dera vida.

Mary Shelley, Frankenstein, ed. Círculo de Leitores, 1976, pág. 56-57
     
4.
Nas aulas os olhos enchiam-se-lhe de lágrimas e revolta sempre que o amigo, de boca aberta e giz a pender dos dedos, em frente ao quadro de ardósia, se mostrava incapaz de distinguir o numerador do denominador, de identificar o complemento direto e, ainda menos, o indireto, de entender a racionalidade de um número, de aplicar as propriedades das operações aritméticas, de escrever a data em francês.
                Mas nada fazia perder a fé inabalável que Duarte depositava no amigo. A certeza de que um futuro glorioso lhe estaria reservado. E o privilégio que sentia em ser seu colega de carteira enchia-lhe o peito de orgulho e gratidão. É que Duarte estava absolutamente convencido de que o Índio era um génio.
                 Perante a pobreza em que o Índio vivia, Duarte comportava-se como um verdadeiro mecenas. Com o dinheiro que amealhava em Natais e aniversários, comprava-lhe blocos de papel e lápis de várias marcas e durezas: primeiro os Viarco, depois os Faber-Castell, depois os Staedler, por fim os Caran d’Ache.

João Ricardo Pedro, O Teu Rosto Será o Último, ed. Leya, 2012, pág. 78-79

5.
                Há uns seis anos – tinha eu voltado de uma viagem e já estava aborrecido com o ócio e a rotina simples da vida doméstica, mas não aborrecido a ponto de planear uma nova expedição – fui uma noite, já tarde, interrompido na minha escrita diária por um visitante inesperado.
                Era um fulano ruivo, na primavera da vida, que tinha um estrabismo tão terrível que era difícil olhar directamente para a cara dele; para complicar as coisas ele tinha um olho verde e outro castanho. Na sua expressão a sua cara parecia combinar duas pessoas; uma, tímida e nervosa, a outra – a dominante – arrogante e agudamente cínica. Uma mistura espantosa, pois umas vezes ele olhava para mim com o olho castanho, imóvel e arregalado, e outras vezes com o verde que era comicamente revirado para cima.
                - Senhor Tichy – disse ele logo que entrou no meu gabinete – muitos trapaceiros, impostores e malucos devem importuná-lo, tentar burlá-lo ou cair-lhe em cima. Não é um facto?
                - Acontece – repliquei. – Então, o que é eu posso fazer por si?

Stanislaw Lem, Viagens de Ijon Tichy, ed. Caminho, 1987, pág. 40-41
6.
O Dragão possui a capacidade de assumir muitas formas, mas estas são inescrutáveis. Em geral, imaginam-no com cabeça de cavalo, cauda de serpente, grandes asas laterais e quatro garras, cada uma provida de quatro unhas. Fala-se mesmo das suas nove semelhanças; os cornos assemelham-se aos de um cervo, a cabeça à do camelo, os olhos aos de um demónio, o pescoço ao da serpente, o ventre ao de um molusco, as escamas às de um peixe, as garras às da águia, as plantas dos pés às do tigre e as orelhas às do boi. É habitual representá-lo com uma pérola, que lhe pende do pescoço e é o emblema do Sol. O seu poder está nessa pérola. É inofensivo se lha tiram.

Jorge Luís Borges, O Livro dos Seres Imaginários, ed. Teorema, 2009, pág. 65
7.
O frio tem mil formas e mil modos de andar no mundo: no mar corre como uma manada de cavalos, nos campos lança-se como uma praga de gafanhotos, enquanto nas cidades como lâmina de faca vai cortando as ruas infiltrando-se pelas gretas das casas sem aquecimento. Em casa de Marcovaldo naquela noite tinham acabado os últimos bocados de lenha, e a família, toda encapotada, via na salamandra empalidecerem as últimas brasas, e sair das suas bocas uma nuvem a cada respiro. Já não diziam nada; as nuvens é que falavam por eles: a mulher soltava-as longas como suspiros, os filhos sopravam-na absortos como se fossem bolas de sabão, e Marcovaldo lançava-as para o ar aos repelões como ideias luminosas que logo se desvanecem.

Italo Calvino, Marcovaldo, ed. Teorema, 1994, pág. 51

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O Românico - O castelo (A Cultura do Mosteiro-5)


A torre era a habitação do senhor ou do nobre.
Situava-se estrategicamente numa elevação natural ou artificial.
Uma paliçada e um fosso com água defendiam a torre assim como as casas dos populares, os estábulos e os celeiros construídos em seu redor em terra e madeira.
A torre era construída em pedra apresentando um aspecto  fortificado e austero.
Tinha forma cilíndrica ou paralelepipédica. As paredes eram, muitas vezes, reforçadas por contrafortes. Apresentavam uma planta muito simples, com duas ou três divisões.

As torres evoluíram no sentido do castelo.
Ocupando uma área maior, os castelos contêm mais elementos arquitectónicos.
O castelo é circundado por uma muralha compacta, encimada por merlões e ameias.
Ao longo da muralha existe o adarve ou caminho da ronda com baluartes e seteiras nas guaritas. Em volta da muralha existia um fosso.
No interior das muralhas a torre de menagem domina tudo em seu redor.
No pátio organizam-se outras construções: a capela, as casas da guarnição, as cavalariças, as cisternas, etc.
Os castelos eram fortalezas difíceis de conquistar e tornaram-se um símbolo da Idade Média. 

domingo, 21 de abril de 2013

O Românico-introdução (A Cultura do Mosteiro-4)


Depois de passar por muita turbulência, desde o fim do Império Romano até o século XI, aproximadamente, a Europa medieval vive um momento de estabilidade e crescimento. O comércio volta a florescer e as cidades começam a prosperar, mesmo que timidamente.

Ao longo da Idade das Trevas a arte era difusa e muito diferente entre os variados povos europeus. Essa diferença mudaria com o crescente entusiasmo religioso, cujas causas são, entre outros factores, as peregrinações aos lugares santos e as Cruzadas* para libertar a Terra Santa.

*As cruzadas consistiram em diversas expedições militares organizadas por vários reinos cristãos do Ocidente, nos séculos XI, XII e XIII. O objectivo era libertar a Terra Santa do domínio dos turcos. A tomada de Jerusalém pelos Turcos Seljúcidas que proibiram as peregrinações dos cristãos ao Santo Sepulcro, originaram uma onda de indignação e revolta na Europa. O Papa Urbano II apelou então à reconquista da Palestina para os Cristãos. A forte religiosidade da época aliada à perspectiva de enriquecimento, levou a que todas as ordens sociais aderissem a este apelo, tendo os reinos cristãos organizado oito expedições entre 1095 e o final do século XIII.

O Românico

O termo “românico” foi aplicado pela 1ª vez em 1824 pelo arqueólogo francês De Caumont e indica toda a arte surgida na Europa Ocidental a partir da Alta Idade Média.
Pretendia exprimir de forma simples dois conceitos:
-          A semelhança entre a arte e o processo de formação das línguas “românicas” (francês, italiano, espanhol e português);
-          A aproximação às formas artísticas romanas
A arte românica é considerada como o primeiro estilo* internacional da Idade Média.

*Estilo é um conceito da história da arte de significado amplo e muitas vezes vago. Em geral indica um grupo de características mais ou menos constantes e definidas que permitem a identificação da arte produzida em um dado período histórico (estilo medieval, por exemplo), em uma região (o estilo francês), por um grupo de artistas (estilo dos Cubistas), de um único artista (o estilo de Picasso) ou de uma fase em sua carreira (as três fases de Beethoven) de uma corrente estética (estilo neoclássico), e permitem relacionar uma obra com a sua origem.

A religião e o temor religioso, o medo do Juízo Final (a crença popular previa o fim do mundo para o ano mil) movimentaram os fiéis em peregrinações aos lugares santos como Jerusalém, Roma e Santiago de Compostela, entre muitos outros.

Os mosteiros e as igrejas adquiriam maior importância quando possuíam relíquias de santos, tornando-se, eles próprios, lugares de peregrinação.

O sistema político feudal e a religião foram os principais dinamizadores da arte na sociedade medieval.
A arte serviu a majestade do poder temporal e religioso e foi feita para glória de ambos.
O mosteiro e o castelo serviram o renascimento da vida económica e social após o século X.

sábado, 20 de abril de 2013

O Poder da Escrita (A Cultura do Mosteiro-3)


O mundo romano tinha sido alfabetizado, com escolas e bibliotecas públicas em todas as cidades. As ideias circulavam facilmente entre o Ocidente e o Oriente.
Com as invasões bárbaras muitas cidades foram pilhadas, devastadas e incendiadas, perdendo-se, entre outras coisas, as suas escolas e bibliotecas.

A decadência da vida nas cidades fez com que a população europeia se deslocasse em massa para os campos, ruralizando os modos de vida. Agarradas ao duro trabalho da terra, as pessoas isolaram-se em pequenas comunidades agrícolas e perderam o contacto umas com as outras.
As crianças e os jovens deixaram de ir à escola.

Os hábitos de estudo e de leitura que haviam engrandecido a cultura da época clássica foram esquecidos e as populações do mundo ocidental caíram numa profunda depressão cultural marcada pelo analfabetismo e uma cultura popular, não escolarizada e não escrita, onde predominou a tradição oral.

No total, uma percentagem muito pequena da população sabia ler e escrever.
Os letrados pertenciam quase todos ao clero.
Assim acentuou-se por todo o Ocidente uma grande disparidade entre a cultura latina, escrita, e a cultura de massas, barbarizada e oral.

O papel de guardiões do saber ficou a cargo do clero, entregue aos monges.
Nos scriptoria (plural de scriptorium, escritório) dos conventos trabalhavam monges especializados.

Os scriptoria eram oficinas de escrita onde, pacientemente, os monges escribas e copistas escreviam os documentos e registos do mosteiro e copiavam, à mão, os livros religiosos e os grandes clássicos.

Estes livros, ou códices*, manuscritos em pergaminho**, eram objectos que podiam atingir grandes dimensões, difíceis de manusear e muitas vezes ilustrados com iluminuras***
ou miniaturas. Foi o esforço destes copistas que trouxe até aos nossos dias
o conhecimento e o pensamento dos Antigos.

*Significado de Códice
s.m. Pergaminho manuscrito, antigo, que contém obra de algum autor clássico: os códices do Vaticano.
Coleção de manuscritos históricos, antigos. (É forma corrente de códex.)

**Significado de Pergaminho
s.m. Pele de ovino ou caprino, curtida e preparada para se escrever, forrar livros, e outros usos.

***Significado de Iluminura
s.f. Art. gráf. Arte de iluminar, de fazer ilustração colorida de um manuscrito: uma iluminura do séc. XIII.

O domínio da arte da escrita e do saber engrandeceu o papel do clero na sociedade e conferiu aos seus elementos durante muitos séculos o monopólio dos cargos públicos e das chancelarias* régias, tornando-os imprescindíveis na sociedade medieval.

*Significado de Chancelaria
s.f. Repartição pública onde se punham os selos ou chancela nos documentos oficiais.
Ministério da Justiça em alguns países, e das Relações Exteriores em outros.

domingo, 14 de abril de 2013

Sobre o Feudalismo (A Cultura do Mosteiro-2)


Ao regime de organização política e social que então se formou na Europa medieval dá-se o nome de Feudalismo.

Clica na imagem


O feudalismo caracterizava-se por uma hierarquia de poderes organizada em pirâmide que tinha no Rei a figura mais importante.
Os laços de dependência entre as pessoas eram muito fortes e as suas vidas dependiam dessas relações.
Acima dos outros homens encontrava-se o Rei (o suserano* de todos os suseranos).
O seu poder provinha diretamente de Deus.

*Significado de Suserano
s.m. Senhor feudal que possuía um feudo de que dependiam outros feudos.
Chefe de Estado que recebe vassalagem de outros Estados aparentemente autônomos.
Adj. Relativo a suserano; que exerce suserania.

Abaixo do Rei estava a Nobreza, constituída por suseranos menores, senhores feudais que detinham grande poder na organização do seu feudo*.

*Significado de Feudo
s.m. Na Idade Média, domínio nobre que um vassalo recebia de um senhor sob condição de encargos, prestação de serviços e vassalagem.
Fig. Domínio, zona de influência.

O Rei distribuía terras a estes senhores que em troca lhe juravam fidelidade e prestavam vassalagem*.
A sua principal atividade consistia em prestar auxílio ao Rei em caso de guerra.
Os nobres eram guerreiros.

*Significado de Vassalagem
s.f. Condição ou estado de vassalo.
Preito ou tributo pago pelo vassalo ao suserano.
Fig. Submissão, sujeição.

Na época feudal o poder estava muito fragmentado.
Cada feudo era organizado de acordo com os interesses do seu senhor.
O senhor feudal detinha o direito de exercer a justiça de forma autónoma e governava o seu feudo como uma espécie de pequeno rei.

O Clero é constituído pelos padres, monges, bispos, arcebispos, cardeais e o Papa, o bispo de Roma, é o seu líder máximo.
Todos possuem a sua própria função na hierarquia da Igreja.
Os elementos do clero são responsáveis pelo culto religioso.
Em grande parte dos casos são os únicos que sabem ler; esse facto confere-lhes poder e uma grande importância.
Na época do feudalismo, o clero gozava de diversos privilégios e enorme prestígio na sociedade.

Os servos da gleba* constituíam a maior parte da população camponesa: estavam presos à terra, sofriam intensa exploração, eram obrigados a prestar serviços à nobreza e a pagar diversos tributos em troca da permissão de uso da terra e de proteção militar.

Embora geralmente se considere que a vida dos camponeses fosse miserável, a palavra "escravo" seria imprópria. Para receberem direito à moradia nas terras de seus senhores, juravam-lhe fidelidade e ofereciam-lhes trabalho.

*Significado de Gleba
s.f. Terreno próprio para cultura.
Torrão.
Solo a que os servos se vinculavam; feudo: servo da gleba.

A Igreja Cristã, ao longo da Idade Média, não se limitou a doutrinar e expandir a Fé.
Teve um importante papel civilizacional ao nível da difusão de técnicas agrícolas, da suavização dos costumes e da conservação e desenvolvimento das artes e das letras.

A Igreja, inspirada nas estruturas administrativas do antigo Império Romano, contribuiu para organizar as comunidades medievais europeias.

Surgiu o conceito de cristandade, a comunidade dos povos e das nações que, professando a fé cristã, criaram entre si laços políticos, sociais, jurídicos e culturais.
Deus passou a estar no centro de todas as coisas.

Os mosteiros foram os principais centros difusores desta nova ordem religiosa, cultural e social. 

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Desenho A - Recorte e Colagem



Hanna Höch - Auto-retrato

Proposta de trabalho
1ª tarefa
Sobre um suporte de tamanho A3 executa um trabalho de recorte e colagem.
Deves criar um par de figuras antropomórficas.

2ª tarefa
Sobre um suporte de tamanho A3 executa um desenho que reproduza o mais fielmente possível as figuras que criaste na tarefa anterior.
Na cobertura do desenho deves utilizar pelo menos duas das seguintes técnicas:
Grafite,
acrílico,
lápis de cor,
tinta da China,
pastel de óleo,
aguarela.

A Cultura do Mosteiro (1) A Idade Média


No ano de 476 d.C o Império Romano do Ocidente chegou ao fim com o saque de Roma.
Os mil anos que se seguiram são hoje designados como Idade Média ou Idade das Trevas.

O Império do Ocidente foi invadido por diversas tribos bárbaras (germânicas) que o dividiram
em pequenos reinos.
A Oriente manteve-se o poder imperial com sede em Constantinopla (atual cidade de Istambul, capital da Turquia) até ao ano de 1453 quando foi tomada pelos exércitos do Império Otomano.

O embate entre o mundo romano em declínio e o mundo bárbaro, em ascensão, alterou por completo o panorama da Europa nessa época.

A economia mercantil ficou seriamente enfraquecida.
As guerras e as pilhagens constantes, a insegurança nas estradas e nas vias marítimas
Impediram a manutenção do comércio como factor económico principal.
A economia passou a ser de cariz agrário, dependente da Natureza.

Os centros urbanos degradaram-se e entraram em declínio
porque eram os alvos preferenciais dos ataques dos exércitos pelas riquezas que albergavam e pela importância política e económica que representavam.

A administração pública desorganizou-se.
O poder político pulverizou-se em múltiplos poderes locais de carácter arbitrário.
Os poderes centrais ficaram muito enfraquecidos.

Verificou-se uma profunda depressão demográfica devido ao declínio da vida económica e material das populações e às guerras constantes que então se verificavam um pouco por todo o território europeu.

Estes factores acentuaram-se nos séculos VII, VII, IX e X com múltiplas invasões
(muçulmanas, normandas, eslavas e magiares) dando origem a uma sociedade
de costumes  bárbaros, assente numa economia predominantemente rural.