Depois de passar por muita
turbulência, desde o fim do Império Romano até o século XI,
aproximadamente, a Europa medieval vive um momento de
estabilidade e crescimento. O comércio volta a florescer e as cidades
começam a prosperar, mesmo que timidamente.
Ao longo da Idade das Trevas
a arte era difusa e muito diferente entre os variados povos europeus.
Essa diferença mudaria com o crescente entusiasmo religioso, cujas
causas são, entre outros factores, as peregrinações aos lugares
santos e as Cruzadas* para
libertar a Terra Santa.
*As cruzadas consistiram
em diversas expedições militares organizadas por vários reinos cristãos do
Ocidente, nos séculos XI, XII e XIII. O objectivo era libertar a Terra Santa
do domínio dos turcos. A tomada de Jerusalém pelos Turcos Seljúcidas que
proibiram as peregrinações dos cristãos ao Santo Sepulcro, originaram uma onda
de indignação e revolta na Europa. O Papa Urbano II apelou então à reconquista
da Palestina para os Cristãos. A forte religiosidade da época aliada à perspectiva
de enriquecimento, levou a que todas as ordens sociais aderissem a este apelo,
tendo os reinos cristãos organizado oito expedições entre 1095 e o final do
século XIII.
O Românico
O termo “românico” foi aplicado
pela 1ª vez em 1824 pelo arqueólogo francês De Caumont e indica toda a arte
surgida na Europa Ocidental a partir da Alta Idade Média.
Pretendia exprimir de forma
simples dois conceitos:
-
A semelhança entre a arte e o processo de
formação das línguas “românicas” (francês, italiano, espanhol e português);
-
A aproximação às formas artísticas
romanas
A arte românica é considerada
como o primeiro estilo* internacional da Idade Média.
*Estilo é um conceito
da história da arte de significado amplo e muitas vezes vago. Em geral
indica um grupo de características mais ou menos constantes e definidas
que permitem a identificação da arte produzida em um dado período histórico
(estilo medieval, por exemplo), em uma região (o estilo francês), por
um grupo de artistas (estilo dos Cubistas), de um único artista (o estilo
de Picasso) ou de uma fase em sua carreira (as três fases
de Beethoven) de uma corrente estética (estilo neoclássico), e permitem
relacionar uma obra com a sua origem.
A religião e o temor religioso, o
medo do Juízo Final (a crença popular previa o fim do mundo para o ano
mil) movimentaram os fiéis em peregrinações aos lugares santos como Jerusalém,
Roma e Santiago de Compostela, entre muitos outros.
Os mosteiros e as igrejas
adquiriam maior importância quando possuíam relíquias de santos,
tornando-se, eles próprios, lugares de peregrinação.
O sistema político feudal e
a religião foram os principais dinamizadores da arte na sociedade
medieval.
A arte serviu a majestade do
poder temporal e religioso e foi feita para glória de ambos.
O mosteiro e o castelo serviram o
renascimento da vida económica e social após o século X.
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