domingo, 21 de abril de 2013

O Românico-introdução (A Cultura do Mosteiro-4)


Depois de passar por muita turbulência, desde o fim do Império Romano até o século XI, aproximadamente, a Europa medieval vive um momento de estabilidade e crescimento. O comércio volta a florescer e as cidades começam a prosperar, mesmo que timidamente.

Ao longo da Idade das Trevas a arte era difusa e muito diferente entre os variados povos europeus. Essa diferença mudaria com o crescente entusiasmo religioso, cujas causas são, entre outros factores, as peregrinações aos lugares santos e as Cruzadas* para libertar a Terra Santa.

*As cruzadas consistiram em diversas expedições militares organizadas por vários reinos cristãos do Ocidente, nos séculos XI, XII e XIII. O objectivo era libertar a Terra Santa do domínio dos turcos. A tomada de Jerusalém pelos Turcos Seljúcidas que proibiram as peregrinações dos cristãos ao Santo Sepulcro, originaram uma onda de indignação e revolta na Europa. O Papa Urbano II apelou então à reconquista da Palestina para os Cristãos. A forte religiosidade da época aliada à perspectiva de enriquecimento, levou a que todas as ordens sociais aderissem a este apelo, tendo os reinos cristãos organizado oito expedições entre 1095 e o final do século XIII.

O Românico

O termo “românico” foi aplicado pela 1ª vez em 1824 pelo arqueólogo francês De Caumont e indica toda a arte surgida na Europa Ocidental a partir da Alta Idade Média.
Pretendia exprimir de forma simples dois conceitos:
-          A semelhança entre a arte e o processo de formação das línguas “românicas” (francês, italiano, espanhol e português);
-          A aproximação às formas artísticas romanas
A arte românica é considerada como o primeiro estilo* internacional da Idade Média.

*Estilo é um conceito da história da arte de significado amplo e muitas vezes vago. Em geral indica um grupo de características mais ou menos constantes e definidas que permitem a identificação da arte produzida em um dado período histórico (estilo medieval, por exemplo), em uma região (o estilo francês), por um grupo de artistas (estilo dos Cubistas), de um único artista (o estilo de Picasso) ou de uma fase em sua carreira (as três fases de Beethoven) de uma corrente estética (estilo neoclássico), e permitem relacionar uma obra com a sua origem.

A religião e o temor religioso, o medo do Juízo Final (a crença popular previa o fim do mundo para o ano mil) movimentaram os fiéis em peregrinações aos lugares santos como Jerusalém, Roma e Santiago de Compostela, entre muitos outros.

Os mosteiros e as igrejas adquiriam maior importância quando possuíam relíquias de santos, tornando-se, eles próprios, lugares de peregrinação.

O sistema político feudal e a religião foram os principais dinamizadores da arte na sociedade medieval.
A arte serviu a majestade do poder temporal e religioso e foi feita para glória de ambos.
O mosteiro e o castelo serviram o renascimento da vida económica e social após o século X.

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