sábado, 16 de dezembro de 2006

Serralbes em Janeiro


A visita de estudo à Fundação de Serralves (Serralbes em dialecto portuense) está marcada para o dia 24 de Janeiro de 2007.
Haverá visita guiada à exposição Anos 80: uma topolgia (visita orientada, segundo o site da Fundação http://www.serralves.pt/ ) a partir das 3 da tarde. Mais tarde... o regresso.
Pormenores sobre o plano da viagem serão revelados oportunamente.
Até lá podem consultar o referido site (o link está ali mesmo atrás) onde encontram um roteiro da exposição que poderá antecipar algo sobre aquilo que iremos encontrar.
No início do 2º período teremos oportunidade de lançar mais alguma luz sobre o assunto.
Boas férias.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Neoclassicismo (traços MUITO gerais)

Perseu com a cabeça da Medusa, Antonio Canova, 1804-06, mármore, 2,17m de altura

O que é o neoclassicismo?Trata-se de um movimento artístico internacional que surge na segunda metade do séc. XVIII e culmina no período Napoleónico (estilo Império), exercendo posteriormente uma influência decrescente, embora marcando, ao longo do séc. XIX, o estilo oficial de vários países, particularmente a América do Norte (Greek revival).O neoclassicismo surgiu como reacção à artificialidade do rococó e impôs como prática a simplicidade, nas linhas, formas, cores e temas, bem como o aprofundamento de ideias e sentimentos. Inspirou-se nas formas primitivas da arte clássica: o puro contorno linear, a abolição do claro-escuro. Para os escultores neoclássicos, a essência da pureza residia no mármore branco da estatuária grega. No neoclassicismo, o espírito científico, racional e didáctico dos enciclopedistas do Século das Luzes associou-se ao mítico retorno à Natureza propagado por Rousseau. Para os artistas neoclássicos os conceitos de racionalismo e sensibilidade não eram opostos. A compaixão é própria das pessoas virtuosas e a temática neoclássica pretendia exaltar a virtude. Mas tal como a teoria mítica do bom selvagem provou ser utópica, também o foi um estilo que viu na Arte Clássica e nos heróis de Plutarco os modelos de perfeição a reinstalar no mundo.A teoria estética do neoclassicismo foi desenvolvida por Johann Joachim Winckelmann (1717-1768), em 1764, na sua História da Arte da Antiguidade, e teve Roma como centro de divulgação.Para o conhecimento da estatuária antiga contribuíram grandemente as escavações de Herculano, empreendidas em 1748 por Carlos III de Bourbon, Rei de Nápoles. Os resultados foram divulgados entre os amadores por Charles-Nicolas Cochin (1751) e pelo Conde de Caylus (1752), e mais tarde publicados em oito magníficos volumes da Antichità di Ercolano e spaste (1757-1792).

domingo, 5 de novembro de 2006

Declaração Universal dos direitos do Homem e do Cidadão

Declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão: o patriotismo revolucionário toma emprestado a iconografia familiar dos Dez Mandamentos

O Acontecimento escolhido para caracterizar o Módulo 7, A Cultura do Salão foi a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão.
O manual tem o texto integral na página 17, 2º volume e um texto explicativo na página anterior.

Aqui fica o link para a página da Wikipédia sobre este assunto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Declaração_dos_Direitos_do_Homem_e_do_Cidadão

O tema será debatido nas aulas uma vez que haverá decerto opiniões individuais interessantes e dignas de reflexão.

O filósofo Jean-Jacques Rousseau

1843, óleo sobre tela, 680 x 520 mm
Museu do Palácio de Versalhes e de Trianon, Versalhes, França
Quadro de Edouard Lacretelle (1817-1900). Jean-Jacques Rousseau morreu em 2 de Julho de 1778. Filósofo do iluminismo, nascido em Genebra em 1712, escreveu O Contrato Social.

A Biografia referente ao Módulo 7, A Cultura do Salão, é dedicada a Rousseau.

Seguem-se dois links para lugares dedicados a esta personagem:

http://www.citador.pt/pensar.php?op=7&author=26, em português.
Permite o acesso a uma série de citações de Rousseau que fornecem dados interessantes na tentativa de compreender alguns fundamentos do seu pensamento.

http://www.culturabrasil.org/rousseau.htm, em brasileiro.
Biografia resumida finalizada com algumas Linhas Mestras do pensamento de Rousseau sobre Pedagogia, Teoria Política, Religião e ainda alguns pensamentos sobre as ciências e as artes.

sábado, 21 de outubro de 2006

Pintura Barroca (2) Caravaggio

La Valeta, Caravaggio, St John cathedral, Malta http://www.soton.ac.uk/~jamescj/medsip2004/malta.html

Caravaggio é o pintor mais misterioso e, sem dúvida, o mais revolucionário da história da arte. Em Roma, 34 anos após a morte de Miguel Ângelo, ele esteve na origem de uma reacção violenta contra "o Maneirismo", ou seja, a forma de pintar dos mais velhos, que ele considerava limitados, afectados e académicos. Impôs uma nova linguagem, realista, teatral, escolhendo em cada tema o instante mais dramático, recrutando os modelos na rua, mesmo para as cenas mais sagradas como A Morte da Virgem, não hesitando em pintá-los de noite, o que poucos artistas, antes dele, tinham ousado. Ele proclamou o primado da natureza e da verdade.
Foi, para a pintura, a apoteose do que viria a ser chamado, mais tarde, de arte barroca. A época, na charneira dos séculos XVI e XVII, está repleta de excessos e êxtases. Do Concílio de Trento saiu a Contra-Reforma: ao rigor de Lutero e de Calvino, que baniram os quadros e as esculturas dos santuários, os papas e os Jesuítas opunham uma abundância de imagens, de ornamentos, de cores, de contrastes, de decorações com vista a deslumbrarem os fiéis e afirmar a supremacia de Roma. Claudio Monteverdi acabara de inventar a ópera. A obra de Caravaggio explode nesta tormenta e amplifica-a. cada uma das suas obras é um escândalo e alguns indignam-se. Nicolas Poussin, que chegou a Roma pouco depois da morte de Caravaggio, declarou: "Ele veio para destruir a pintura".
in Caravaggio, Gilles Lambert, ed. Taschen, páginas 7 e 8

domingo, 15 de outubro de 2006

Pintura barroca 1 (apontamentos)

Caravaggio, São Mateus 1602, versão rejeitada

Até finais do século XVI foram os próprios artistas a teorizar sobre o seu trabalho. Eram, no entanto, os intelectuais da época quem se responsabilizava pelas iconografias a desenvolver nas pinturas.
Os pintores eram vistos mais como executores do que como criadores originais e independentes, excepção feita aos grandes mestres (Leonardo de Vinci, Rafael, Miguel Ângelo, Tintoretto, para dar alguns exemplos).

No século XVI entram em cena os teólogos uma vez que a pintura era vista na Europa católica como um veículo de propaganda para os ideais da Contra-Reforma e se tornava necessário garantir que as obras produzidas não se afastavam da doutrina oficial.

A figura do "crítico" de arte afirma-se também nesta época. São geralmente homens cultos que desenvolvem um discurso sore as características do belo e da qualidade da pintura sem, no entanto, exercerem essa actividade. Esta atitude constitui uma novidade no século XVI.
Estes críticos puseram por escrito regras válidas e temas considerados dignos, criando assim um modelo ideal para a obra pictórica. A partir daqui toda e qualquer obra produzida passava a ter um termo de comparação e avaliação que, caso não fosse respeitado, levaria à recusa da obra com todas as implicações daí decorrentes.

Esta espécie de censura passou a ser comum e podemos considerá-la como um passo em direcção aquilo que iremos designar como "academismo".

Em 1582 uma publicação intitulado "Discurso" de um tal Cardeal Paleotti impunha a ideia da necessidade de um controlo político das imagens sacras. Por oposição a um certo tom liberal que vinha do período maneirista, o designado período barroco tornava-se muito mais controlador em matéria de pintura religiosa.

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Visita de Estudo 3

Dr. Gustav Rau

Para consultar um texto dedicado ao Dr. Rau, o responsável pela colecção de pintura que vamos visitar amanhã, ir aqui http://www.lainsignia.org/2006/junio/cul_031.htm.
A autora deste texto tece ainda algumas considerações razoavelmente interessantes sobre as obras expostas.

domingo, 8 de outubro de 2006

Barroco 3

Igreja de Santa Agnese, Piazza Navona, Roma, 1653

Poder e Glória I

Itália, finais do século XVII e século XVIII

Reportemo-nos aos inícios do barroco, às obras de finais do século XVI, como a igreja dos jesuítas de Della Porta (imagem do post Barroco 1). Della Porta desprezou as chamadas regras da arquitectura clássica, em nome de maior variedade e de efeitos mais imponentes. Está na própria natureza das coisas, que, tendo a arte enveredado por esse caminho, teria agora de segui-lo sem esmorecimento. Se a variedade e os efeitos surpreendentes são considerados de valia, cada artista subsequente terá de produzir decorações mais complexas e ideias mais notáveis para continuar a impressionar. Durante a primeira metade do século XVII, esse processo de acumulação de novas ideias, cada vez mais deslumbrantes, nos edifícios e nas suas decorações, teve continuidade na Itália, e em meados desse século o estilo a que chamamos barroco atingiria o seu pleno desenvolvimento.
A figura mostra uma típica igreja barroca, obra do famoso arquitecto Francesco Borromini (1599-1667) e seus assistentes. É fácil constatar que mesmo as formas empregues por Borromini são, na realidade, formas renascentistas. Tal como Della Porta, utilizou o modelo da frontaria de um templo para emoldurar a entrada central da igreja e, como ele, duplicou também as pilastras para obter um efeito mais rico. Mas, em comparação com a fachada de Borromini, a de Della Porta é mais comedida, parece quase severa. Borromini não se contentou em decorar uma parede com as ordens da arquitectura clássica. Compôs a sua igreja através de um agrupamento de unidades diferentes - a vasta cúpula, as torres laterais e a fachada. E essa fachada é curva, como se tivesse sido modelada em barro.

In, A História da Arte, E. H. Gombrich, Edição portuguesa Público, 2005, página 435.

sábado, 7 de outubro de 2006

Algo completamente diferente

Woody Allen por Hanoch Piven


Para os mais preguiçosos que não se deram ao trabalho de procurar os sites fornecidos na 1ª aula de Oficinas aqui fica uma lista de entradas para sites de ilustradores espectaculares! Um mundo de imagens que se abre (quem sabe se poderemos encontrar também um mundo de ideias !).

http://www.craigfrazier.com/ além dos trabalhos de ilustração e design de comunicação tem umas animaçõezinhas bem curiosas;

http://www.martinhaake.de/index_fmx.html este artista utiliza a colagem em alguns dos seus trabalhos. A ver por todos os que estão a tentar utilizar esta técnica.

http://www.yoshii.com/ os arquivos diários deste japonês maluco são demais. As personagens que aí aparecem são extraordináriamente inventivas. Muito divertido!

http://garybaseman.com/ mmmmmh... só visto!

http://www.danpage.net/ um estilo bem peculiar.

http://www.pivenworld.com/pivenWorldNew.html a galeria de retratos (a imagem que ilustra este post é um exemplo) tem coisas muuuuuito curiosas.
http://www.anitakunz.com/index.html uma ilustradora um pouco estranha.
http://www.garytaxali.com/ outro estilo inconfundível.
http://www.scaryjoey.com/index.php as ilustrações deste aqui são realizadas com técnicas mistas bem interessantes. Um mundo algo inquietante.
http://www.andrecarrilho.com/carrilhosite%202005.4.html um ilustrador e caricaturista português de êxito internacional assinalável. Usa processos informáticos com grande mestria.
A lista poderia não acabar mas vou ficar por aqui, não quero parecer demasiado... nem muito... enfim, penso que é uma colecção razoável. Experimentem visitar alguns destes sites, vão ver que vale a pena. Até podem visitá-los a todos!!!
Ah, antes de me ir embora queria recordar-vos que podem usar este Blog como muito bem entenderem. Quem quiser deixar sites que considere interessantes está à vontade. Até agradecia!
:-)

Barroco 2

Alma Danada, Gianlorenzo Bernini, mármore branca, 38 cm, 1619

Podem encontrar aqui (http://www.artchive.com/artchive/B/bernini.html#images) algumas imagens de esculturas deste mestre italiano. Se visitarem este site poderão aproveitar para dar uma voltinha já que se trata de um imenso arquivo de imagens e textos sobre os mais variados artistas de todas as épocas (ou quase).
A entrada principal é http://artchive.com/ftp_site.htm e, à vossa esquerda, encontram a lista de artistas e períodos à disposição.
O site é em inglês e recomendo-o principalmente para quem está interessado em enriquecer a sua cultura visual.
Divirtam-se.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Visita de Estudo 2

Judite de Lucas Cranach, O Velho, 1525

Informações finais (e confirmadas)

A visita realiza-se no dia 13 de Outubro (sexta-feira :-), deveremos estar na entrada do museu às 12 horas e 15 minutos.

Hoje fiz uma experiência de deslocação. Apanhei o barco em Cacilhas às 11h 45 minutos e fiz o caminho desde o Cais do Sodré ao Museu a pé tendo chegado à porta pelas 12h 20 minutos. No total gastei apenas 35 minutos!!! Parece-me que será aconselhável, no dia da visita, entrar no barco que sai de Cacilhas às 11h 30 minutos o que nos dará alguma margem de manobra. Caso esteja mau tempo deveremos mesmo tomar o barco anterior, às 11h 15 minutos.

As viagens de barco custam 72 cêntimos (1,44€ ida e volta) e a entrada na exposição é gratuita.

Nas próximas aulas serão fornecidas informações específicas sobre os objectivos e características da visita e iremos observar reproduções de algumas das obras a dar uma atenção particular.

Respondendo à questão colocada no final do post anterior posso afirmar que as imagens do site coincidem com as obras expostas no Museu uma vez que a exposição que iremos visitar é semelhante e contém a totalidade das 95 obras que normalmente a constituem.

Visita de estudo 1

Guido Reni
David Decapitating Goliath, 1606-1607 Oil on canvas. H: 174.5 cm. W: 133 cm.Collection Dr. Rau, Cologne


http://www.mnarteantiga-ipmuseus.pt/#cmV0dXJuVG9NYWluKHRydWUpOw==
este link vai direitinho ao Museu Nacional de Arte Antiga. A exposição que iremos visitar na próxima 4ª feira, 11 de Outubro é assim referida :

"Exposição de qualidade absolutamente excepcional, que reúne 95 pinturas de mestres fundamentais na história da pintura europeia, desde o início do Renascimento italiano até à década de 1940-50. "

Pronto, eu sei, é publicidade! Mas isso não impede que o autor da frase acima transcrita esteja a ser modesto.
Num próximo post irei fornecer mais pormenores sobre este assunto. Preços, transportes, tipo de calçado a utilizar na visita, etc. esse tipo de coisas.
Para os mais curiosos fica outro link: http://www.daytonartinstitute.org/rau/rau_exhibition.html
Este para um lugar dedicado à colecção Rau que iremos ver na nossa visita. Resta saber se a exposição e as obras que estão on line neste site coincidem.
Fiquem bem.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Barroco 1


Visão e visões
A Europa católica, primeira metade do século XVII

A história da arte é descrita, por vezes, como a história de uma sucessão de vários estilos. Ficámos a saber que, ao Estilo Românico ou Normando do século XII, com os seus arcos de volta inteira, sucedeu o Estilo Gótico, com o arco ogival; que o Estilo Gótico foi superado pela Renascença, cujos começos foram na Itália, em princípios do século XV, e lentamente se propagou a todos os países da Europa. O estilo que sucedeu à Renascença é usualmente chamado Barroco. Mas, enquanto é fácil identificar os estilos anteriores por características definidas de reconhecimento, a tarefa não é tão simples no caso do Barroco. O facto é que, da Renascença em diante, quase até ao nosso tempo, os arquitectos usaram as mesmas formas básicas: colunas, pilastras, cornijas, entablamento e molduras - todas elas inspiradas originalmente em ruínas clássicas. Num certo sentido, portanto, pode afirmar-se que o estilo renascentista de construção se estendeu desde o tempo de Brunelleschi até aos dias de hoje, e muitos livros sobre arquitectura referem-se a todo esse período como Renascença. Por outro lado, é natural que, dentro de um período tão extenso, os gostos e as modas em construção tenham variado consideravelmente, e é aconselhável dispormos de rótulos distintos, mediante os quais possamos diferenciar essas variações estilísticas. É estranho que muitos desses rótulos, para nós simples designações de estilos, foram originalmente palavras de injúria ou de escárnio. A palavra "gótico" foi usada inicialmente pelos críticos de arte italianos da Renascença para caracterizar um estilo que consideravam bárbaro e que, na opinião deles, fora introduzido na Itália pelos godos, os quais destruíram o Império Romano e saquearam as suas cidades. A palavra"maneirismo" ainda retém, para muita gente, a sua conotação original de artifício e imitação superficial, de que os críticos do século XVII haviam acusado os artistas do final do século XVI. A palavra "barroco" foi empregue pelos críticos de um período ulterior que lutavam contra as tendências seiscentistas e queriam expô-las ao ridículo. "Barroco", de facto, significa anómalo ou grotesco, e o termo era empregue por homens que insistiam em que as formas das construções clássicas jamais deveriam ser usadas ou combinadas senão da maneira adoptada por gregos e romanos. Desprezar as severas normas da arquitectura antiga parecia, a esses críticos, uma deplorável falta de gosto - e daí terem apodado o estilo de barroco.

In, A História da Arte, E. H. Gombrich, Edição portuguesa Público, 2005, página 387.