sexta-feira, 29 de maio de 2009

Café Muller



Ver aqui um texto descritivo sobre o espectáculo.

Pina Bausch conta histórias enquanto dança. As suas peças são normalmente designadas por Teatro-dança e baseiam-se nas experiências de vida dos bailarinos, "uma abordagem psicológica individual", segundo a coreógrafa. Os bailarinos em cena não parecem dançar, antes correm, gritam e riem, contam piadas... "O que me interessa não é como as pessoas se movem, mas sim o que as move”, resume Pina Bausch o propósito de seu trabalho.
Como acontece nas grandes obras de arte contemporâneas, o trabalho criativo não é rotineiro e está sempre ligado a um certo risco.
Pina Bausch conjuga inúmeros elementos de dança, música, linguagem e teatro num único objecto de grande carga expressiva. Dessa forma pulverizou os limites da dança clássica e transformou por completo o próprio modo de encarar o espectáculo tradicional de bailado. A expressão individual do bailarino, que utiliza o seu corpo enquanto elemento de procura de uma linguagem que lhe permita comunicar a sua interioridade com o público, é a pedra-de-toque deste Teatro-dança.
Cada peça é um novo apelo para que o espectador "confie em si mesmo, se questione e se sinta".
EM Café Muller, Pina Bausch estabelece um conjunto de princípios básicos para a descoberta de uma nova espressão na dança, que esteja de acordo com os parâmetros criativos da contemporaneidade.

2 comentários:

Selena Sartorelo disse...

Coreografou o interior do sentimento interior
Coreografou o improviso no momento sentido.
O balé é teatro naturalista do interior coletivo e individual.
Não é balé moderno. É algo novo!
É o Balé clássico de nossos dias.
Uma outra abertura tão bela quando a tradicionalmente desenhada até então. Preenchendo um lacúna que até o presente não havia sido preenchida com tanto equilibrio. Emociona!
A inteligência delicada e desprenteiosa de quem essa arte concebe.
Bravo!

Silvares disse...

Sensibilidade em estado puro.