No século
XII, a Europa feudal conheceu um lento crescimento económico.
O desenvolvimento
das técnicas e processos agrícolas permitiram uma produção excedentária o
que levou a um crescimento demográfico com vantagens para as condições de vida
da população.
A indústria
e o comércio voltaram a desenvolver-se e deu-se o reaparecimento das feiras
que impulsionaram o crescimento das cidades.
Tudo isto
contribuiu para o aparecimento de uma economia de mercado, onde a
circulação da moeda, a movimentação dos produtos e o poder de compra,
especialmente da elite aristocrática, permitiram o nascimento de uma economia
monetária e capitalista.
É neste
contexto que surgem os cambistas e os bancos privados que, com
várias filiais em diferentes países, recebiam depósitos, faziam empréstimos,
realizavam operações de câmbio (cheques e letras), que facilitavam as trocas
comerciais e evitavam o transporte de moeda.
Esta expansão
capitalista provocou grandes alterações sociais e políticas. A burguesia (os
habitantes dos burgos ou cidades) cresceu, tornou-se mais culta e procurou
deliberadamente o lucro e o enriquecimento.
Os burgueses
uniram-se em organismos profissionais – as corporações ou mesteres de artes
e ofícios para os artesãos e as guildas ou hansas, para os
comerciantes.
Os reis
encontraram na burguesia um importante aliado. Concederam às suas organizações
estatutos jurídicos próprios em troca do apoio dos burgueses à centralização
do seu poder.
A esta
emancipação da burguesia juntou-se a emancipação das próprias cidades que se
libertaram do poder dos senhores feudais.
Apoiando
habilmente a luta da burguesia contra a aristocracia, a pessoa do rei aliou-se
à igreja e impôs o seu papel de herdeiro e representante de Deus na Terra,
de garante da paz pública, de centralizador do poder político e administrativo
e de juiz - foi o despertar da realeza.
As
sociedades europeias da época organizaram-se sob diferentes regimes políticos: monarquias
hereditárias (reinos de Portugal, Leão, Castela, França, Inglaterra…), estados
teocráticos (Sacro Império Romano-Germânico, Estado Papal), principados
e repúblicas governados por elites aristocráticas ou burguesas na Itália e
as cidades-Estado do norte da Alemanha e da Holanda.
Mas o
crescimento da Europa medieval conheceu períodos de grandes dificuldades.
Vários factores contribuíram para uma séria recessão económica em meados do
século XIV (alteração dos preços dos cereais, crescimento urbano desequilibrado
e consequentes fomes).
A tudo isto
se acrescenta a Guerra dos 100 anos, o primeiro conflito generalizado em solo
europeu que opôs a França e a Inglaterra, cada uma apoiada por diferentes
reinos espalhados pela Europa (Portugal foi aliado da Inglaterra).
Mas foi a Peste
Negra, trazida do Oriente, que provocou a maior quebra demográfica pois
matou entre um terço a metade da população europeia. Provocou o pânico que, a
par das guerras e da desorganização produtiva esteve na base de inúmeras
revoltas populares.
Sem comentários:
Enviar um comentário