significado de *Liturgia
s.f. A reunião dos elementos ou práticas que,
regulamentados por uma igreja ou seita religiosa, fazem parte de um culto
religioso.
Conjunto dos modos usados no desenvolvimento dos ofícios e/ou sacramentos; rito ou ritual.
Catolicismo. Segundo as ciências eclesiásticas, a história do culto católico.
P.ext. Também se pode referir à missa; a própria missa.
Conjunto dos modos usados no desenvolvimento dos ofícios e/ou sacramentos; rito ou ritual.
Catolicismo. Segundo as ciências eclesiásticas, a história do culto católico.
P.ext. Também se pode referir à missa; a própria missa.
Pensa-se que os rituais litúrgicos estejam na origem das
representações cénicas.
Estas representações, desfiles, poemas cantados (ditirambos)
e danças estavam ligadas ao sagrado.
O desenvolvimento do teatro grego conferiu a tais
representações um carácter mais ligado à
reflexão sobre as grandes questões da existência humana (tragédia) bem como à
observação crítica da vida quotidiana (comédia).
Como vimos anteriormente, a igreja católica tentou limitar
ao máximo o fenómeno teatral
considerando-o inapropriado e mesmo obra de forças diabólicas.
Tal como aconteceu como outras formas de manifestação
artística ( arquitectura, a escultura, a pintura, a música, a literatura) a
Igreja viria a apropriar-se da linguagem teatral, integrando-a na sua estratégia de comunicação e difusão da
Palavra de Deus.
A Palavra de Deus é pronunciada no decorrer de cerimónias
encenadas com rigor e extrema precisão.
No espaço interior da casa de Deus existem regras de comportamento
estritas para os fiéis que vão assistir e participar do ritual litúrgico.
Ao longo da Idade Média a celebração ritual que poderemos
designar por missa não previa a participação (nem sequer a compreensão) do povo
leigo.
Embora o povo assista à liturgia e se identifique com os
monges que participam nos rituais, não tem participação directa na acção e
muito menos compreende o que é dito pois não domina o latim.
Ao longo do século X terão sido introduzidas inovações nos rituais litúrgicos.
Em determinadas ocasiões, os monges passaram a incluir na
celebração religiosa uma espécie de ilustração dramática de certas cenas do
Evangelho, introduzindo diálogos no texto cantado ou dito pelos padres e
monges.
A mais antiga terá sido o Quem Quaeritis, cujas falas
são extraídas directamente dos textos evangélicos. Este episódio descreve a
visita de 3 mulheres ao sepulcro de Cristo, que encontram vazio. Surge um anjo
(ou anjos, as descrições da cena admitem diferentes situações) que lhes anuncia
a ressurreição.
-
Quem procurais no sepulcro, cristãs?
-
Jesus
Nazareno crucificado, oh celestes.
-
Não está
aqui. Ressuscitou como havia profetizado. Ide e anunciai que ressuscitou.
Esta acção era interpretada por dois coros diferentes: um
que interrogava (as 3 Marias) e outro que respondia (os anjos).
Mais tarde 3 clérigos* assumiam os papéis das mulheres e um
sacerdote representava o anjo.
Significado de *Clérigo
s.m. Sujeito que faz parte da classe eclesiástica; aquele
que alcançou as ordens sacras; cristão que exerce o sacerdócio.
O desenvolvimento destes motivos gerou verdadeiras
representações dramáticas, definidas como “dramas litúrgicos” uma vez
que estavam ligados ao ritual do qual eram uma extensão e um momento
específico.
Frequentemente eram os padres que representavam o drama,
intercalando a acção com o ritual da missa. Assim, o drama litúrgico utilizou
o espaço da igreja como palco, a igreja como local onde se desenrola um grande
espectáculo sagrado.
Tal como a missa, o drama litúrgico também podia
concentrar-se numa pequena parte da igreja ou apoderar-se dela no seu conjunto
e percorrê-la, em procissão, de uma ponta à outra.
Nas suas formas mais simples o drama litúrgico
desenrolava-se num único centro de referência, geralmente no altar, ponto
principal da planta da igreja à semelhança da basílica romana (ver Arte em Roma – algumas notas soltas, módulo 2).
O gesto assume valor simbólico e representativo.
O gesto e a acção têm uma importância equivalente à da
palavra.
Todos estes elementos carregam significado. Cabe ao
espectador aprender a interpretá-los isoladamente e no seu conjunto.
Este processo irá complexificar-se e ganhar características
específicas.
Vão surgindo novos temas e narrativas.
A narração dos episódios bíblicos vai ganhando complexidade
seja em termos narrativos, com maior continuidade e interacção dramática
entre as personagens, seja em termos espaciais, ocupando diferentes
espaços e ganhando adereços simbólicos.
A evolução cultural dá-se através da recuperação de formas
antigas (clássicas ou populares) que são adaptadas a novas realidades.
A cultura não é estática nem definitiva.
A cultura transforma-se e adapta-se.
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