quinta-feira, 28 de maio de 2015

7- Autos e farsas (módulo 4)

A definição de auto é problemática já que, na época medieval, o vocábulo foi tomado como sinónimo de qualquer peça de teatro. Um auto poderia denominar uma farsa, uma moralidade, um mistério, um milagre, uma tragicomédia etc.

O auto seria, na maior parte das vezes, um espectáculo de curta duração.
A temática tanto poderia desenvolver um assunto religioso quanto um assunto profano.

Na sua origem, os autos estiveram relacionados, sobretudo, com a encenação de “quadros edificantes tirados da Bíblia, sendo os mais antigos os autos de Natal e de Páscoa”

Encenados, de início, no interior dos templos religiosos, depois, junto às suas portas de entrada e pátios, só posteriormente a representação dos autos passou a acontecer em espaços menos “sagrados”, como as feiras, os mercados e as praças públicas.
É nesses cenários, que os autos constituem um género dramático de feição nitidamente popular.
Saindo da esfera da igreja, é normal que os autos também começassem a tratar de assuntos mais profanos.

Os autos não separavam com nitidez temas religiosos e profanos.
Havia dramatizações nas quais eram misturados elementos sagrados e seculares, cómicos e devocionais.

A dramaturgia de Gil Vicente (1465?-1537?), pretenderia “ligar-se à busca de compatibilização do riso, da alegria e da naturalidade com a fé” 
As personagens dos autos são pouco complexas. Podemos considerá-las enquanto tipos ou caricaturas.

Muito do humor dos autos é conseguido pela tipicidade das personagens evidenciada pelo seu aspecto, pela sua linguagem e pela sua atitude física.
Existe espaço ainda para personagens alegóricas.

O cenário, quando existia, era extremamente simples. Poucas eram as marcações teatrais dos textos.

A farsa é uma categoria genérica que engloba peças curtas, normalmente num só acto e, a maior parte das vezes, sem divisão cénica.


Queres consultar a versão completa do texto acima utilizado? clica aqui

Sem comentários: