sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O Século de Péricles (módulo 1)


Também conhecido como a “Idade de Ouro de Atenas” ou Período Clássico, foi uma época  histórica de grande desenvolvimento da cidade de Atenas.

Este período corresponde ao século V a.C. da história da Grécia Antiga, principalmente aos anos em que Péricles governou Atenas (de 444 a 429 a.C.).

A partir do século VIII a.C., os gregos formaram as chamadas pólis, que eram cidades-Estado (cidades autónomas): estas cidades eram economicamente auto-suficientes (autarquia); tinham uma massa proporcionada de cidadãos; era nestas cidades que se davam os cultos cívicos, religiosos e aos heróis e tinham leis próprias.

Neste século, Atenas tornou-se a principal cidade da Grécia Antiga, pois teve um grande desenvolvimento nas áreas da Política, do Teatro, das Artes plásticas, da Arquitetura, da Filosofia, da História, da Literatura, da organização social e do desenvolvimento urbano.
Um dos principais aspetos de Atenas nesta época foi a democracia.
Péricles aperfeiçoou o sistema político implantado pelo legislador Clístenes no começo do século VI a.C.

Péricles foi eleito para o cargo de estratego (líder do exército, general) em 460 a. C., cargo que ocupou ao longo de 30 anos por ter vencido a eleição 15 vezes seguidas.
A nível interno, Péricles procurou consolidar a Democracia.
Preocupou-se também com a reconstrução de Atenas após a destruição causada pela guerra com os Persas.
O objetivo principal de Péricles era que a democracia servisse para o benefício do maior número possível de atenienses, tendo como princípio a igualdade de todos perante a Lei (isonomia).
A nível externo, Péricles procurou assegurar a defesa de Atenas e outras cidades gregas contra inimigos estrangeiros.

Reforçou o poder da Liga de Delos* da qual foi presidente. Nessa qualidade beneficiou a cidade de Atenas o que levou ao crescimento de antigas rivalidades com outras cidades-estado
Esta situação conduziu Atenas à designada Guerra do Peloponeso com a cidade de Esparta, iniciada em 431 a.C.

Embora a democracia possa ser definida como "o governo do povo, pelo povo e para o povo", é importante lembrar que o significado de "governo" e "povo" na Atenas Antiga diferia daquele que tem nas democracias contemporâneas. 

Enquanto a democracia contemporânea em geral considera o governo um corpo formado por representantes eleitos, e o "povo" (geralmente) como um conjunto de habitantes de uma nação, os atenienses consideravam o "governo" como sendo a assembleia (ekklesia) que tomava decisões diretamente (sem o intermédio de representantes) e o "povo" (geralmente) como os homens atenienses alfabetizados maiores de idade, os cidadãos.

As mulheres, os metecos (estrangeiros residentes nas pólis gregas) e os escravos não faziam parte da ekklesia.

escravidão era prática comum e componente integral da vida na Grécia Antiga, ao longo de toda a sua história, da mesma maneira que nas demais sociedades antigas.

Estima-se que em Atenas a maioria dos cidadãos tinha pelo menos um escravo.
A maior parte dos pensadores do período antigo considerava a escravidão não só como algo natural, mas também necessário.

Outro ideal interessante e inovador para a época, defendido por Péricles, era a meritocracia. Para ele, na vida pública, os méritos não deveriam vir do nascimento ou da riqueza, mas sim das competências e dos talentos.





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