Téspis terá sido o primeiro poeta a introduzir um ator numa
representação teatral que tomou o nome de Hipocrites, aquele que fingia ser
quem não era.
A função do primeiro ator era a de responder ao coro e à
sua figura principal (o corifeu) proporcionando um diálogo falado entre
os cânticos do coro.
Téspis terá disfarçado a face com uma máscara.
A máscara servia para caracterizar uma personagem e,
visto que nunca havia mais de 3 atores na representação de uma tragédia, ela
ajudava-os a desempenhar vários papeis.
A máscara teatral permitia ao público assimilar o caráter da
personagem através da acentuação dos seus traços expressivos.
Uma segunda personagem separada do coro, terá sido
introduzida utilizando o ator uma máscara na face e outra na nuca.
As máscaras distinguiam-se pela cor, o penteado, a riqueza
da barba, a expressão das sobrancelhas.
O maior inconveniente que oferecia o uso da máscara era a
rigidez que impunha ao rosto, quando, por exigências do texto, o ator devia passar
de um sentimento a outro contrário.
A máscara cobria não apenas o rosto do ator
(sempre do sexo masculino), com aberturas para os olhos e boca, mas também o
alto da cabeça.
O ator calçava coturnos, sapatos de solas grossas e
pintadas, que davam ao intérprete dimensões fora do normal.
Assim, os atores representavam usando essencialmente o tom
de voz e o gesto.
As diferenças entre os vários tipos de personagens
revelavam-se em, aproximadamente, 25 espécies de máscaras para a representação
de tragédias e mais de 40 para o género cómico.
A máscara esconde e revela.
Esconde a identidade do ator e revela a da personagem.
A máscara informa e interpela o espectador.
A máscara transforma.
O teatro é uma máscara do mundo.
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