quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A máscara (módulo 1)

Téspis terá sido o primeiro poeta a introduzir um ator numa representação teatral que tomou o nome de Hipocrites, aquele que fingia ser quem não era.

A função do primeiro ator era a de responder ao coro e à sua figura principal (o corifeu) proporcionando um diálogo falado entre os cânticos do coro.
Téspis terá disfarçado a face com uma máscara.

A máscara servia para caracterizar uma personagem e, visto que nunca havia mais de 3 atores na representação de uma tragédia, ela ajudava-os a desempenhar vários papeis.

A máscara teatral permitia ao público assimilar o caráter da personagem através da acentuação dos seus traços expressivos.

Uma segunda personagem separada do coro, terá sido introduzida utilizando o ator uma máscara na face e outra na nuca.

As máscaras distinguiam-se pela cor, o penteado, a riqueza da barba, a expressão das sobrancelhas.
O maior inconveniente que oferecia o uso da máscara era a rigidez que impunha ao rosto, quando, por exigências do texto, o ator devia passar de um sentimento a outro contrário.

A máscara cobria não apenas o rosto do ator (sempre do sexo masculino), com aberturas para os olhos e boca, mas também o alto da cabeça.
O ator calçava coturnos, sapatos de solas grossas e pintadas, que davam ao intérprete dimensões fora do normal. 

Assim, os atores representavam usando essencialmente o tom de voz e o gesto.

As diferenças entre os vários tipos de personagens revelavam-se em, aproximadamente, 25 espécies de máscaras para a representação de tragédias e mais de 40 para o género cómico.

A máscara esconde e revela.
Esconde a identidade do ator e revela a da personagem.

A máscara informa e interpela o espectador.
A máscara transforma.

O teatro é uma máscara do mundo.







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