domingo, 26 de outubro de 2014

Mito (módulo 1)

O homem encontrou uma forma de escapar à passagem do tempo traduzindo a memória das suas experiências em palavras.
Entre as mais duradouras criações da cultura grega encontra-se a sua mitologia ligada aos deuses.

O mito de Narciso
Segundo a mitologia existia uma ninfa bela e graciosa tão jovem quanto Narciso, chamada Eco e que amava o rapaz em vão. A beleza de Narciso era tão grande que ele pensava ser semelhante a um deus, senhor de uma beleza comparável à de Dionísio e Apolo. 
Com olhos apenas para si próprio, Narciso rejeitou a afeição de Eco de tal modo que esta, desesperada, definhou, até se transformar apenas num sussurro débil e melancólico.
Para dar uma lição ao frívolo rapaz, a deusa Némesis condenou Narciso a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo na lagoa de Eco.
Encantado pela sua própria beleza, Narciso desinteressou-se de tudo o mais, e permaneceu imóvel na contemplação ininterrupta de sua face refletida.
Assim morreu. 
Quando as ninfas foram buscar o corpo do rapaz apenas encontraram uma flor no seu lugar que passou a ser designada por narciso.

Hércules
Certos estudiosos acreditam que, por trás das complexas histórias que envolvem o mito de Hércules, existiu um homem verdadeiro, talvez um senhor de  Argos.
Outros sugerem que o mito de Hércules (e os seus doze trabalhos) é uma alegoria da passagem anual do sol pelas doze constelações do zodíaco.
A tradição afirma que Hércules foi fruto da união de Zeus com a mortal Alcmena.
Enquanto o marido de Alcmena estava na guerra, Zeus tomou a sua forma para a enganar.
Hera, a esposa de Zeus, furiosa pela traição do marido, enviou serpentes para matarem o bebé no seu berço. Mas Hércules, filho do deus dos deuses, esmagou as serpentes com a sua força prodigiosa.

Os doze trabalhos
Os doze trabalhos de Hércules são uma série de episódios ligados entre si por uma narrativa contínua, relativa a uma penitência que teria sido cumprida por um dos maiores heróis gregos. Hércules assassinou a sua esposa, Mégara e os seus três filhos, num acesso de loucura provocado por Hera.
Como penitência, Hércules deveria executar uma série de trabalhos, e servir Euristeu ao longo de doze anos. Uma vez cumprida esta penitência, Hércules tornar-se-ia imortal.
1. Hércules estrangulou o Leão da Nemeia - filho dos monstros Ortros e Equidna - que devastava a região e que os habitantes do local não conseguiam matar. 
O herói estrangulou-o  e, acabada a luta, arrancou a pele do animal com as suas próprias mãos e passou a utilizá-la como peça do vestuário. A criatura converteu-se na constelação de leão.
2. Matou a Hidra de Lerna, filha monstruosa de duas criaturas grotescas, a Equidna e Tifão. Era uma serpente com corpo de dragão e possuía nove cabeças que, mal eram cortadas, exalavam um vapor que matava quem estivesse por perto.
 Hércules matou-a cortando –lhe as cabeças enquanto Iolau, sobrinho do herói, impedia a sua reprodução queimando as feridas com tições em brasa.
3. Alcançou correndo a Corça de Cerineia, um animal lendário, com chifres de ouro e pés de bronze. A corça, que corria com assombrosa rapidez e nunca se cansava, era Taígete, ninfa que, para fugir à perseguição de Zeus foi transformada por Ártemis no animal. Como ela tinha uma velocidade insuperável, Hércules perseguiu-a incansavelmente durante um ano até que, exausta, foi atingida por uma flecha disparada pelo herói. Ferida levemente, foi levada nos ombros do herói até o reino de Euristeu.
4. Capturou vivo o Javali de Erimanto, que devastava os arredores, ao fatigá-lo após uma perseguição que durou horas.
5. Limpou em apenas um dia os currais do rei Aúgias, que continham três mil bois e que há trinta anos não eram limpos. Estavam tão fedorentos que exalavam um gás mortal. Para cumprir reste trabalho, Hércules desviou dois rios.
6.  No lago Estínfalo matou, com as suas flechas envenenadas, monstros cujas asas, cabeça e bico eram de ferro, e que, pelo seu gigantesco tamanho, interceptavam no vôo os raios do Sol.
7. A sétima tarefa de Hércules foi levar o Touro de Creta vivo até Euristeu. O touro era muito bravo e aterrorizava o povo da ilha. Hércules capturou-o e, montado no animal, levou-o até Euristeu.
8. Castigou Diómedes (rei da Trácia), possuidor de cavalos que vomitavam fumo e fogo,  a quem ele dava a comer os estrangeiros que as tempestades arrolavam à sua costa. O herói entregou-o aos seus próprios animais que o devoraram.
9. Venceu as amazonas numa terrível batalha após matar a rainha Hipólita, apossando-se do cinturão mágico que ela vestia como lhe fora ordenado por Euristeu.
10. Matou o gigante Gerião, monstro de três corpos, seis braços e seis asas, e tomou-lhe os bois que se achavam guardados por um cão de duas cabeças, e um dragão de sete. Após uma série de peripécias conseguiu levar o gado roubado a Euristeu.
11. O seu décimo primeiro trabalho foi colher as maçãs de ouro do Jardim das Hespérides. As maçãs haviam sido um presente de casamento oferecido por Hera a Zeus. Este trabalho haveria de ser impossível de realizar!
 O herói propôs a Atlas substituí-lo na tarefa de sustentar às costas o céu e a terra. Atlas, que detestava ter de sustentar o universo por toda a eternidade, aceitou e foi ele quem matou o terrível dragão de 100 cabeças que guardava as maçãs.
12. O último trabalho consistiu em trazer do mundo dos mortos o seu guardião, o cão Cérbero. 
Hades autorizou-o a levar Cérbero para a Terra sob a condição de conseguir dominá-lo sem usar armas. Hércules lutou com a força dos seus braços dominando a terrível fera.
Após apresentar a besta a Euristeu, Hércules devolveu-a às profundezas do seu mundo subterrâneo.

Hércules tornou-se um dos mais populares heróis de toda a cultura Ocidental.
Ao longo dos séculos as suas aventuras serviram de inspiração e exemplo a gerações de jovens sonhadores.
A força e o engenho são as características principais do herói que se tornou imortal.




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