quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Do ritual ao teatro (módulo 1)

Em Atenas, as celebrações rituais das Dionísias foram transferidas da ágora para a encosta sul da Acrópole. Aí, no teatro de Dioniso, manteve-se como núcleo da ação a orquestra, local onde se dança, tendo como centro o altar do deus.

O theatron
A forma de participação dos cidadãos nos rituais dionisíacos  alterou-se com a passagem da ágora para o “theatron” (o local onde se vê).
Aqui passou a existir uma separação clara entre o coro (os que representavam o ditirambo) e os que participavam assistindo: os espectadores.
Assim, os teatros situavam-se ao ar livre, nos declives das encostas, locais que proporcionavam uma boa acústica.

Inicialmente os bancos eram feitos de madeira mas, a partir do século IV a.C., passaram a ser construídos em pedra, projetados para sentar em segurança uma vasta audiência num auditório que proporcionasse uma perspetiva abrangente .
Na idade de ouro do teatro grego, o século V a. C., na Atenas democrática do século de Péricles, é acrescentada a skene.

Esta skene começou por ser um edifício em madeira e temporário, que assumia uma dupla função, funcionaria como local de arrumos e como camarim, usado pelos atores para a mudança de vestuário.
Externamente, servia de estrutura capaz de sustentar um determinado cenário que seria facilmente alterado. O espaço defronte à skene é designado como proscénio e torna-se espaço de representação privilegiado.

As entradas laterais do teatro - as parodoi (plural), parodos (singular)- ficavam de cada um dos lados e era através delas que os atores e o coro faziam a sua entrada na orquestra. Para além destas duas possibilidades, havia também, como alternativa, uma porta central na skene.



Origens da Tragédia
A origem do texto teatral terá sido o ditirambo.
O ditirambo consistia num misto de canto e dança portanto, mais do uma forma literária, era uma forma de espetáculo.

O conjunto dos intérpretes do ditirambo designa-se por coro e os elementos que o compõem são os coreutas.

Deste grupo destaca-se o corifeu, aquele que enuncia partes isoladas do texto.

Quando o ditirambo passa a ser representado no theatron a sua estrutura evolui e do coro destacam-se  um, dois ou três atores.

Estes  dialogam, em diferentes situações, com o corifeu ou com o coro.
Téspis terá sido o primeiro poeta a introduzir um ator numa representação teatral que tomou o nome de Hipocrites, aquele que fingia ser quem não era.
Dois milénios mais tarde o nome deste ator tornou-se a raiz da palavra hipócrita, usada para referir qualquer tipo de fingidor.



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