domingo, 8 de outubro de 2006

Barroco 3

Igreja de Santa Agnese, Piazza Navona, Roma, 1653

Poder e Glória I

Itália, finais do século XVII e século XVIII

Reportemo-nos aos inícios do barroco, às obras de finais do século XVI, como a igreja dos jesuítas de Della Porta (imagem do post Barroco 1). Della Porta desprezou as chamadas regras da arquitectura clássica, em nome de maior variedade e de efeitos mais imponentes. Está na própria natureza das coisas, que, tendo a arte enveredado por esse caminho, teria agora de segui-lo sem esmorecimento. Se a variedade e os efeitos surpreendentes são considerados de valia, cada artista subsequente terá de produzir decorações mais complexas e ideias mais notáveis para continuar a impressionar. Durante a primeira metade do século XVII, esse processo de acumulação de novas ideias, cada vez mais deslumbrantes, nos edifícios e nas suas decorações, teve continuidade na Itália, e em meados desse século o estilo a que chamamos barroco atingiria o seu pleno desenvolvimento.
A figura mostra uma típica igreja barroca, obra do famoso arquitecto Francesco Borromini (1599-1667) e seus assistentes. É fácil constatar que mesmo as formas empregues por Borromini são, na realidade, formas renascentistas. Tal como Della Porta, utilizou o modelo da frontaria de um templo para emoldurar a entrada central da igreja e, como ele, duplicou também as pilastras para obter um efeito mais rico. Mas, em comparação com a fachada de Borromini, a de Della Porta é mais comedida, parece quase severa. Borromini não se contentou em decorar uma parede com as ordens da arquitectura clássica. Compôs a sua igreja através de um agrupamento de unidades diferentes - a vasta cúpula, as torres laterais e a fachada. E essa fachada é curva, como se tivesse sido modelada em barro.

In, A História da Arte, E. H. Gombrich, Edição portuguesa Público, 2005, página 435.

1 comentário:

barocco disse...

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