Nos anos cerca de 1885, dá-se na França uma transformação decisiva no pensamento artístico e no modo de representação de alguns pintores importantes que anunciam já indícios de várias correntes que irão marcar a arte moderna do século XX. Esse fenómeno reflecte-se já nas obras e nos documentos pessoais de Cézanne, Signac e Seurat, Van Gogh e Gauguin. Mas tal transformação, anunciadora do futuro, está ligada àqueles movimentos do século XIX, cuja manifestação mais importante foi a progressiva concentração da pintura sobre o puramente pictórico e a pura visibilidade do mundo exterior.
Algumas afirmações de Van Gogh:
Eu quis exprimir na arte algo da luta pela vida.
As árvores açoitadas pelo vento estavam magníficas, em cada uma havia uma figura, quero dizer, em cada uma, um drama. Até os ridículos pavilhões, encharcados pela chuva e dispersos como estavam, assumiam um carácter particular. Vi neles uma alegoria: também um ser humano, de formas e contornos ridículos pode igualmente tornar-se uma figura dramática com caráter próprio (...) É o dramático [de uma paisagem] que nos faz encontrar um não-sei-quê, algo que nos faz sentir e representar a natureza num momento e de uma forma que se pode ir para ela completamente só, sem companhia.
(...) a meu ver, os verdadeiros pintores são, não aqueles que pintam as coisas como elas são, secamente analisadas, mas os que as pintam como as sentem.
Defendo o direito de o artista não respeitar o colorido ou a fidelidade locais, mas algo de mais apaixonante e eterno, a riqueza da cor (...).
Textos adaptados a partir de Documentos Para a Compreensão da Pintura Moderna, de Walter Hess, Edição Livros do Brasil, Lisboa
consulta a etiqueta Pós-Impressionismo
2 comentários:
Tema apaixonante!!!!
uma grande transformação da arte com esses novos pressupostos.
bjs.
@dis-cursos
Aqui a semente começa a germinar. Os frutos não tardam a amadurecer e então... obrigado pela visita.
Enviar um comentário