Nas décadas de transição para o século XX, as sociedades europeias viveram um momento particularmente feliz que a História apelidou de Belle Époque.
Foi este ambiente que instalou o Modernismo*, um movimento cultural e artístico marcado pela ruptura com a tradição na procura de novas formas de expressão que estivessem de acordo com os novos gostos das sociedades ocidentais, agora marcadas pela industrialização e pelo consumo característico do capitalismo burguês.
*Modernismo: designação atribuída às correntes de vanguarda que nos finais do séc.XIX surgiram na Europa e na América nos campos da criação artística em geral. Caracteriza-se pela sua oposição às artes académicas tradicionais e pela busca de inovação, acompanhando o desenvolvimento tecnológico e científico do seu tempo.
O gosto da época haveria de privilegiar a sensibilidade e a fantasia simbolista bem como o refinamento estético e a imaginação exacerbada, numa clara preferência pelo decorativo e pelo pitoresco.
O grande estilo que integrou este movimento foi a Arte Nova (desde cerca de 1880-90 até 1905-14).
Os contemporâneos deste estilo preferiram a expressão “arte moderna” ou “estilo moderno”, assim exprimindo o forte desejo que tinham de ver nascer um estilo de vida consentâneo com as exigências do seu tempo.
A designação Arte Nova exprime simultaneamente o carácter internacional do movimento e a recusa dos estilos históricos
O rótulo Arte Nova abarcou diferentes cunhos individuais, diferentes escolas nacionais ou regionais e diferentes designações.
Art Nouveau, na Bélgica.
Jugendstil, na Alemanha
Sezession, na Áustria
Liberty ou Floreale, em Itália
Modernismo, em Espanha
Nas declarações dos criadores e dos críticos, a Arte Nova surge como a manifestação de uma vontade muito firme de criar um estilo radicalmente novo, que recusa em absoluto as formas oriundas dos estilos históricos (neogótico, neo-renascentista…)
Assim podemos considerar a inovação formal (inspiração na natureza); a integração e recurso às novas técnicas e aos novos materiais (ferro, vidro, betão, ladrilhos cozidos, outros…) e a adopção de uma nova estética que se expressa através de linhas sinuosas e dinâmicas, na procura do movimento e do ritmo num claro intuito decorativo, como marcas distintivas desta Arte Nova.
O conceito de Arte Total é característico da Arte Nova, abolindo a discriminação entre artes maiores e artes menores. Este princípio tem origem na concepção do papel social e económico da arte exposto pelo conde Léon de Laborde no seu relatório da Exposição Universal de Londres de 1851 (no Palácio de Cristal de Paxton): “A arte não é aristocrática nem popular, não é industrial nem essencialmente superior. A arte é só uma.”
As características gerais da Arte Nova foram utilizadas indistintamente em várias tipologias de arquitectura urbana (prédios da arrendamento, hotéis, bancos, edifícios públicos, teatros e museus…) com particularidades diversas consoante os países e os arquitectos que as aplicaram.
De um modo geral é possível estabelecer duas tendências:
A que, aplicando os novos materiais e os modernos sistemas construtivos colocou a tónica na estética ornamental, floral e curvilínea.
E a que seguiu uma vertente mais racional e foi sobretudo estrutural, geométrica e funcionalista, sem contudo abandonar o ornamento, que tratou de forma mais contida, planimétrica ou abstractizante.
O primeiro foco de arquitectura da Arte Nova foi a Bélgica, sobretudo em Bruxelas onde surgiram dois arquitectos de renome desta arte.
Victor Horta (1861-1947)
Henry van de Velde (1863-1957)
Pintor de formação foi também arquitecto, professor, teórico, decorador e, sobretudo, designer.
As peças de mobiliário que desenhou são, ainda hoje, exemplos de rigor formal, funcional e estético.
Semelhante à belga nas preocupações, na forma e no ornamento, foi a Arte Nova francesa onde se destacou Hector Guimard.
Ligado às “escolas” belga e francesa pelo sentido escultórico e ornamental está o Modernismo catalão do qual foi expoente máximo Antoni Gaudí (1852-1926)
Em Glasgow, na Escócia, evidenciou-se Charles Rennie Mackintosh (1868-1828)
Desenvolveu uma arquitectura assente em estruturas ortogonais de ferro, com paredes lisas de pedra e grandes superfícies envidraçadas. Volumes geométricos, interiores deslocáveis e decoração contida.
O trabalho decorativo e as peças de mobiliário reflectem essa linguagem plástica racional, estrutural e geométrica.
O trabalho de Mackintosh teve impacto decisivo na Áustria onde havia surgido o grupo da Secessão Vienense. Pretendiam lutar contra os revivalismos promovendo a inovação.
A mais estruturalista das arquitecturas modernistas foi a que se desenvolveu na chamada Escola de Chicago. Um grupo de jovens arquitectos americanos renovou o centro da cidade que havia sido destruído por um incêndio em 1871 desenvolvendo uma arquitectura nova que lançou as raízes do nosso século.
Liderados por Louis Sullivan (1856-1924) estudaram e aplicaram novos sistemas de alicerçamento, cimentação, resistência e isolamento.
Os critérios formais assumiram um papel essencial. A divisa de Sullivan foi: “A forma segue a função”.
Foi este ambiente que instalou o Modernismo*, um movimento cultural e artístico marcado pela ruptura com a tradição na procura de novas formas de expressão que estivessem de acordo com os novos gostos das sociedades ocidentais, agora marcadas pela industrialização e pelo consumo característico do capitalismo burguês.
*Modernismo: designação atribuída às correntes de vanguarda que nos finais do séc.XIX surgiram na Europa e na América nos campos da criação artística em geral. Caracteriza-se pela sua oposição às artes académicas tradicionais e pela busca de inovação, acompanhando o desenvolvimento tecnológico e científico do seu tempo.
O gosto da época haveria de privilegiar a sensibilidade e a fantasia simbolista bem como o refinamento estético e a imaginação exacerbada, numa clara preferência pelo decorativo e pelo pitoresco.
O grande estilo que integrou este movimento foi a Arte Nova (desde cerca de 1880-90 até 1905-14).
Os contemporâneos deste estilo preferiram a expressão “arte moderna” ou “estilo moderno”, assim exprimindo o forte desejo que tinham de ver nascer um estilo de vida consentâneo com as exigências do seu tempo.
A designação Arte Nova exprime simultaneamente o carácter internacional do movimento e a recusa dos estilos históricos
O rótulo Arte Nova abarcou diferentes cunhos individuais, diferentes escolas nacionais ou regionais e diferentes designações.
Art Nouveau, na Bélgica.
Jugendstil, na Alemanha
Sezession, na Áustria
Liberty ou Floreale, em Itália
Modernismo, em Espanha
Nas declarações dos criadores e dos críticos, a Arte Nova surge como a manifestação de uma vontade muito firme de criar um estilo radicalmente novo, que recusa em absoluto as formas oriundas dos estilos históricos (neogótico, neo-renascentista…)
Assim podemos considerar a inovação formal (inspiração na natureza); a integração e recurso às novas técnicas e aos novos materiais (ferro, vidro, betão, ladrilhos cozidos, outros…) e a adopção de uma nova estética que se expressa através de linhas sinuosas e dinâmicas, na procura do movimento e do ritmo num claro intuito decorativo, como marcas distintivas desta Arte Nova.
O conceito de Arte Total é característico da Arte Nova, abolindo a discriminação entre artes maiores e artes menores. Este princípio tem origem na concepção do papel social e económico da arte exposto pelo conde Léon de Laborde no seu relatório da Exposição Universal de Londres de 1851 (no Palácio de Cristal de Paxton): “A arte não é aristocrática nem popular, não é industrial nem essencialmente superior. A arte é só uma.”
As características gerais da Arte Nova foram utilizadas indistintamente em várias tipologias de arquitectura urbana (prédios da arrendamento, hotéis, bancos, edifícios públicos, teatros e museus…) com particularidades diversas consoante os países e os arquitectos que as aplicaram.
De um modo geral é possível estabelecer duas tendências:
A que, aplicando os novos materiais e os modernos sistemas construtivos colocou a tónica na estética ornamental, floral e curvilínea.
E a que seguiu uma vertente mais racional e foi sobretudo estrutural, geométrica e funcionalista, sem contudo abandonar o ornamento, que tratou de forma mais contida, planimétrica ou abstractizante.
O primeiro foco de arquitectura da Arte Nova foi a Bélgica, sobretudo em Bruxelas onde surgiram dois arquitectos de renome desta arte.
Victor Horta (1861-1947)
Henry van de Velde (1863-1957)
Pintor de formação foi também arquitecto, professor, teórico, decorador e, sobretudo, designer.
As peças de mobiliário que desenhou são, ainda hoje, exemplos de rigor formal, funcional e estético.
Semelhante à belga nas preocupações, na forma e no ornamento, foi a Arte Nova francesa onde se destacou Hector Guimard.
Ligado às “escolas” belga e francesa pelo sentido escultórico e ornamental está o Modernismo catalão do qual foi expoente máximo Antoni Gaudí (1852-1926)
Em Glasgow, na Escócia, evidenciou-se Charles Rennie Mackintosh (1868-1828)
Desenvolveu uma arquitectura assente em estruturas ortogonais de ferro, com paredes lisas de pedra e grandes superfícies envidraçadas. Volumes geométricos, interiores deslocáveis e decoração contida.
O trabalho decorativo e as peças de mobiliário reflectem essa linguagem plástica racional, estrutural e geométrica.
O trabalho de Mackintosh teve impacto decisivo na Áustria onde havia surgido o grupo da Secessão Vienense. Pretendiam lutar contra os revivalismos promovendo a inovação.
A mais estruturalista das arquitecturas modernistas foi a que se desenvolveu na chamada Escola de Chicago. Um grupo de jovens arquitectos americanos renovou o centro da cidade que havia sido destruído por um incêndio em 1871 desenvolvendo uma arquitectura nova que lançou as raízes do nosso século.
Liderados por Louis Sullivan (1856-1924) estudaram e aplicaram novos sistemas de alicerçamento, cimentação, resistência e isolamento.
Os critérios formais assumiram um papel essencial. A divisa de Sullivan foi: “A forma segue a função”.
Apontamentos adaptados a partir do manual e do ABCdário do Simbolismo e da Arte Nova, editado com o jornal Público
7 comentários:
Silvares, ando acompanhando seus temas sempre muito bem elaborados por aqui. Gosto desta Arte Nova, pelos artistas e seus processos de buscas em linguagem com dimensões consideráveis.
@-discursos
Ju, este Blogue serve de suporte às aulas de História da Cultura e das Artes, na escola onde sou professores. Tem uma intenção didáctica e um espírito algo diferente do Blogue "tradicional". Os seus comentários e a atenção que lhe dispensa muito me honram.
Obrigado pela visita.
Desde ja agradeço ter criado este blog pois para nós estudantes de artes é sem duvida uma mais valia!
Os conteudos estão muito bem elaborados e, sem duvida que, visto que por vezes no estudo de cartas materias me deparo com uma ou outra duvida, este blog facilita bem mais o meu estudo !
mais uma vez muito obrigado e parabéns .
borboleta
Obrigado Borboleta. A Primavera traz-nos sempre algumas supresas agradáveis.
:-)
Bem ca estou eu de novo ! vou ter teste na Quarta e entao vim ver de resumos de materia que vem dpois da arte nova !!
;D surpresas??
Bem eu gostava que metesses nu blogg materia sobre a cultura da catedral, do palacio e do mosteiro se possivel. Ja tou a pedir muito nao eh?
desculpa mas se der agradecia te imenso ;P
obrigadoOOOoo aguardo resposta
surpresas a nivel de ter encontrado o blog?=)
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