quarta-feira, 23 de maio de 2007

O TRIUNFO DA ARQUITECTURA MODERNA


Ludwig Mies van der Rohe e Philip Johnson: Edifício Seagram, Nova Iorque, 1954-58

«Arquitectura Moderna=Liberdade

Com o final da 2ª Guerra Mundial tinha chegado a hora da arquitectura moderna. Muitos dos seus representantes, que na Europa tinham sido perseguidos directa ou indirectamente,- não lhes sendo dado trabalho ou negando-lhes licença de construção- encontraram refúgio na América. E a América (os Estados Unidos da América, para ser mais rigoroso), poupada às devastações da guerra, tinha-se tornado definitivamente o país mais rico e moderno do mundo. É certo que a União Soviética conseguia competir nos níveis político e militar, no entanto, no que se refere ao nível de vida e à irradiação cultural não tinha qualquer hipótese face aos Estados Unidos- que desde há séculos eram considerados o país da esperança e da liberdade.

Na União Soviética, no período imediatamente seguinte ao final da guerra, quando o estalinismo ainda se encontrava em pleno florescimento, é propagada uma arquitectura semelhante à do neoclassicismo pesadão idealizado pela Alemanha nazi (curiosa aproximação estética entre dois regimes, aparentemente, antagónicos!). As tentativas de continuar a nova arquitectura surgida no período entre as duas guerras, fortemente impregnada de ideias socialistas, foram impedidas na União Soviética-assim como nos seus estados satélites-como sendo demasiado "formalista", "cosmopolita" ou "estrangeira".

No mundo ocidental, a arquitectura maciça, monumental, historicista, em resumo, não moderna, passou a ser vista como ultrapassada e ligada às ideologias totalitárias. Deste modo, e particularmente nas obras financiadas com dinheiros públicos ou por grandes empresas, apesar de oposições regionais e divergências, apenas era admitida, na prática, uma modelação moderna. O racionalismo tinha-se tornado, com as suas formas e cores minimais, a sua leveza, transparência dinamismo e assimetria, no símbolo do progresso, da liberdade e da democracia

in História da Arquitectura, da Antiguidade aos nossos dias, de Jan Gympel, página 96, 1996 Könemann, edição portuguesa em 2000
Nota: Os comentários entre parêntesis, a azul, foram adicionados por mim e não fazem parte do texto original.






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