segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A Cultura da Gare : 2 - Uma nova sociedade (o mundo das cidades)

Uma vaga revolucionária iniciou-se em 1830 em França, com o levantamento que ficou conhecido como a Revolução dos Três Dias Gloriosos. As revoluções liberais alastraram pela Europa: a Bélgica libertou-se da Holanda e houve tentativas (fracassadas) de unificação da Alemanha e da Itália e de libertação da Polónia que havia sido anexada pelo império russo. O movimento teve também posteriores repercussões em Portugal e Espanha.

A pequena burguesia e o operariado foram as forças que estiveram na origem destas revoluções contra a alta burguesia, a aristocracia conservadora e o poder político instituído cuja finalidade consistia em manter e fortalecer o grande capital, os impérios coloniais utilizando a força e a repressão para alcançar os seus objectivos.

Graças à invenção da máquina a vapor, a produção de mercadorias aumentou e os lucros dos burgueses donos de fábricas cresceram muito.

As fábricas espalharam-se rapidamente e provocaram mudanças profundas. O modo de vida e a mentalidade de milhões de pessoas transformaram-se .
O mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da mudança incessante triunfou.

O crescimento das cidades, potenciado pela revolução industrial, fez com grandes parcelas das populações tivessem migrado dos campos para as cidades em busca de melhores condições de vida.

Os camponeses vieram trabalhar para as fábricas tornando-se operários. Estas grandes massas de trabalhadores assalariados deram origem a uma força social que viria a ser muito importante: o proletariado.

Proletariado é a classe social mais baixa que se formou dentro das sociedades industrializadas.
Proletariado é a classe dos proletários, os operários, constituída por indivíduos que se caracterizam pela sua condição permanente de assalariados e pelos seus modos de vida e atitudes decorrentes de tal situação.   

A palavra proletário teve origem entre os romanos, para descrever o cidadão pobre que só era útil à República para gerar “prole” (filhos), que no futuro iria servir a Pátria. No século XIX, a palavra proletariado passou a ser usada para identificar a classe sem propriedade, a classe que não possuía meios de produção capazes de gerar o seu sustento, precisando de vender a sua força de trabalho para aqueles que possuíam os meios de produção.

O proletariado sobrevivia em condições miseráveis distinguindo-se dos escravos apenas por receber pequenas quantias em troca do seu trabalho.

O proletariado era profundamente explorado nos salários, nos horários de trabalho, na falta de segurança e de higiene, tanto nas fábricas como nas suas habitações.

Não havia apoio na velhice nem na doença. As mulheres e as crianças eram contratadas com salários ainda mais miseráveis que os dos homens.

Com o passar do tempo os operários adquiriram consciência de classe e organizaram-se em associações sindicais com a finalidade de lutarem pelos seus interesses.

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