terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A Cultura do Palco (2) – Sociedade e cultura


Luís XIV por Hyacinthe Rigaud (1701)

No período que designamos por Cultura do Palco (séculos XVII e XVIII, na Europa) vão desenvolver-se principalmente dois géneros de linguagem artística: o Barroco e o Rococó.

A igreja Católica, abalada pelas divisões religiosas provocadas pelos movimentos protestantes ao longo do século XVI, procurou reforçar a sua imagem através de uma forte disciplina interna.

No Concílio de Trento (1545-1563) a igreja Católica renegou o Protestantismo e reafirmou os seus dogmas doutrinais dando início à Contra-Reforma.

A Contra-Reforma pretendeu restabelecer, junto das comunidades, a imagem de uma igreja forte e gloriosa. A arte foi um dos meios utilizados para promover essa imagem de poder e glória!

A arte Barroca irá desempenhar esse papel propagandístico num período histórico que é actualmente designado por Antigo Regime.

O Antigo Regime foi um período marcado pela centralização política que veio a culminar, nos finais do século XVI, com o Absolutismo régio de origem divina (o Rei tem poder absoluto e esse poder é-lhe conferido por Deus).

O Absolutismo consiste, basicamente, na concentração de poder nas mãos de uma única pessoa, o Rei.

Este poder absoluto é suportado por uma aparelho de estado cada vez mais complexo e centralizado. O Rei e os seus acólitos tudo vigiam, tudo controlam e tudo subjugam à sua vontade, supostamente a vontade de Deus.

Estruturas fechadas e dominadoras, a igreja Católica e o estado Absolutista impuseram a obediência à ordem estabelecida recorrendo a processos frequentemente violentos e duramente repressivos (a Inquisição e as polícias política).

Uma das intenções básicas do Absolutismo era a estabilidade do regime social, mantendo uma sociedade de ordens onde as mudanças eram rigidamente limitadas pela lei.


As criações intelectuais (as artes plásticas, a literatura, a criação científica) serão utilizadas como forma de propaganda fazendo passar para as massas populares o discurso ideológico dominante. 

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