sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A Cultura do Mosteiro - 1 A Idade Média (o feudalismo) módulo 3

No ano de 476 d.C o Império Romano do Ocidente chegou ao fim com o saque de Roma.
Os mil anos que se seguiram são hoje designados como Idade Média ou Idade das Trevas.

O Império do Ocidente foi invadido por diversas tribos bárbaras (germânicas) que o dividiram
em pequenos reinos.

A Oriente manteve-se o poder imperial com sede em Constantinopla (atual cidade de Istambul, capital da Turquia) até ao ano de 1453 quando foi tomada pelos exércitos do Império Otomano.

O embate entre o mundo romano em declínio e o mundo bárbaro, em ascensão, alterou por completo o panorama da Europa nessa época.

A economia mercantil ficou seriamente enfraquecida.
As guerras e as pilhagens constantes, a insegurança nas estradas e nas vias marítimas
Impediram a manutenção do comércio como factor económico principal.
A economia passou a ser de cariz agrário, dependente da Natureza.

Os centros urbanos degradaram-se e entraram em declínio
porque eram os alvos preferenciais dos ataques dos exércitos pelas riquezas que albergavam e pela importância política e económica que representavam.

A administração pública desorganizou-se.
O poder político pulverizou-se em múltiplos poderes locais de carácter arbitrário.
Os poderes centrais ficaram muito enfraquecidos.

Verificou-se uma profunda depressão demográfica devido ao declínio da vida económica e material das populações e às guerras constantes que então se verificavam um pouco por todo o território europeu.

Ao regime de organização política e social que então se formou na Europa medieval dá-se o nome de Feudalismo.

O feudalismo caracterizava-se por uma hierarquia de poderes organizada em pirâmide que tinha no rei a figura mais importante.


Os laços de dependência entre as pessoas eram muito fortes e as suas vidas dependiam dessas relações.
Acima dos outros homens encontrava-se o Rei (o suserano de todos os suseranos).
O seu poder provinha directamente de Deus.

A Nobreza

Abaixo do Rei estava a Nobreza, constituída por suseranos menores, senhores feudais que detinham grande poder na organização do seu feudo.

O Rei distribuía terras a estes senhores que em troca lhe juravam fidelidade e prestavam vassalagem.
A sua principal actividade consistia em prestar auxílio ao Rei em caso de guerra.
Os nobres eram guerreiros.

Na época feudal o poder estava muito fragmentado.
Cada feudo era organizado de acordo com os interesses do seu senhor.
O senhor feudal detinha o direito de exercer a justiça de forma autónoma e governava o seu feudo como uma espécie de pequeno rei.

O Clero

O clero é constituído pelos padres, monges, bispos, arcebispos, cardeais e o Papa, o bispo de Roma, é o seu líder máximo.
Todos possuem a sua própria função na hierarquia da Igreja.

Os elementos do clero são responsáveis pelo culto religioso. Em grande parte dos casos são os únicos que sabem ler; esse facto confere-lhes uma grande importância.

Na época feudal, o clero gozava de diversos privilégios e prestígio na sociedade.

O clero, no seu sentido original, existe até aos dias de hoje na Igreja Católica, porém já não possui tantos privilégios nem goza do mesmo reconhecimento

Servos e camponeses
Os servos da gleba constituíam a maior parte da população camponesa: estavam presos à terra, sofriam intensa exploração, eram obrigados a prestar serviços à nobreza e a pagar diversos tributos em troca da permissão de uso da terra e de protecção militar.

Embora geralmente se considere que a vida dos camponeses fosse miserável, a palavra "escravo" seria imprópria. Para receberem direito à moradia nas terras de seus senhores, juravam-lhe fidelidade e ofereciam-lhes trabalho.

O papel da igreja

A Igreja Cristã, ao longo da Idade Média, não se limitou a doutrinar e expandir a Fé.
Teve um importante papel civilizacional ao nível da difusão de técnicas agrícolas, da suavização dos costumes e da conservação e desenvolvimento das artes e das letras.

A Igreja, inspirada nas estruturas administrativas do antigo Império Romano, contribuiu para organizar as comunidades medievais europeias.

Surgiu o conceito de cristandade, a comunidade dos povos e das nações que, professando a fé cristã, criaram entre si laços políticos, sociais, jurídicos e culturais.
Deus passou a estar no centro de todas as coisas.

Os mosteiros foram os principais centros difusores desta nova ordem religiosa, cultural e social.






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