No ano de 476 d.C o Império Romano do Ocidente chegou ao fim com o
saque de Roma.
Os mil anos que se seguiram são hoje designados como Idade Média ou
Idade das Trevas.
O Império do Ocidente foi invadido por diversas tribos bárbaras
(germânicas) que o dividiram
em pequenos reinos.
A Oriente manteve-se o poder imperial com sede em Constantinopla (atual
cidade de Istambul, capital da Turquia) até ao ano de 1453 quando foi tomada
pelos exércitos do Império Otomano.
O embate entre o mundo romano em declínio e o mundo bárbaro, em
ascensão, alterou por completo o panorama da Europa nessa época.
A economia mercantil ficou seriamente enfraquecida.
As guerras e as pilhagens constantes, a insegurança nas estradas e nas
vias marítimas
Impediram a manutenção do comércio como factor económico principal.
A economia passou a ser de cariz agrário, dependente da Natureza.
Os centros urbanos degradaram-se e entraram em declínio
porque eram os alvos preferenciais dos ataques dos exércitos pelas
riquezas que albergavam e pela importância política e económica que
representavam.
A administração pública desorganizou-se.
O poder político pulverizou-se em múltiplos poderes locais de carácter
arbitrário.
Os poderes centrais ficaram muito enfraquecidos.
Verificou-se uma profunda depressão demográfica devido ao declínio da
vida económica e material das populações e às guerras constantes que então se
verificavam um pouco por todo o território europeu.
Ao regime de organização política e social que então se formou na
Europa medieval dá-se o nome de Feudalismo.
O feudalismo caracterizava-se por uma hierarquia de poderes organizada
em pirâmide que tinha no rei a figura mais importante.
Os laços de dependência entre as pessoas eram muito fortes e as suas
vidas dependiam dessas relações.
Acima dos outros homens encontrava-se o Rei (o suserano de todos os
suseranos).
O seu poder provinha directamente de Deus.
A Nobreza
Abaixo do Rei estava a Nobreza, constituída por suseranos menores,
senhores feudais que detinham grande poder na organização do seu feudo.
O Rei distribuía terras a estes senhores que em troca lhe juravam
fidelidade e prestavam vassalagem.
A sua principal actividade consistia em prestar auxílio ao Rei em caso
de guerra.
Os nobres eram guerreiros.
Na época feudal o poder estava muito fragmentado.
Cada feudo era organizado de acordo com os interesses do seu senhor.
O senhor feudal detinha o direito de exercer a justiça de forma
autónoma e governava o seu feudo como uma espécie de pequeno rei.
O Clero
O clero é constituído pelos padres, monges, bispos, arcebispos,
cardeais e o Papa, o bispo de Roma, é o seu líder máximo.
Todos possuem a sua própria função na hierarquia da Igreja.
Os elementos do clero são responsáveis pelo culto religioso. Em grande
parte dos casos são os únicos que sabem ler; esse facto confere-lhes uma grande
importância.
Na época feudal, o clero gozava de diversos privilégios e prestígio na
sociedade.
O clero, no seu sentido original, existe até aos dias de hoje na Igreja
Católica, porém já não possui tantos privilégios nem goza do mesmo
reconhecimento
Servos e camponeses
Os servos da gleba constituíam a maior parte da
população camponesa: estavam presos à terra, sofriam intensa exploração, eram
obrigados a prestar serviços à nobreza e a pagar diversos tributos em troca da
permissão de uso da terra e de protecção militar.
Embora geralmente se considere que a vida dos camponeses fosse
miserável, a palavra "escravo" seria imprópria. Para receberem
direito à moradia nas terras de seus senhores, juravam-lhe fidelidade e
ofereciam-lhes trabalho.
O papel da igreja
A Igreja Cristã, ao longo da Idade Média, não se limitou a doutrinar e
expandir a Fé.
Teve um importante papel civilizacional ao nível da difusão de técnicas
agrícolas, da suavização dos costumes e da conservação e desenvolvimento das
artes e das letras.
A Igreja, inspirada nas estruturas administrativas do antigo Império
Romano, contribuiu para organizar as comunidades medievais europeias.
Surgiu o conceito de cristandade, a comunidade dos povos e das
nações que, professando a fé cristã, criaram entre si laços políticos, sociais,
jurídicos e culturais.
Deus passou a estar no centro de todas as coisas.
Os mosteiros foram os principais centros difusores desta nova
ordem religiosa, cultural e social.
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