Jean-Baptiste
Poquelin, mais conhecido como Molière (Paris, 15 de
Janeiro de 1622 — Paris, 17 de
Fevereiro de 1673), foi um dramaturgo francês, além
de actor e encenador, considerado um dos mestres
da comédia satírica.
Teve um
papel de destaque na dramaturgia francesa, até então muito dependente da
temática da mitologia grega. Molière usou as suas obras para criticar os
costumes da época. Apesar de preferir o género trágico tornou-se famoso pelas
suas farsas.
Integrou
diferentes companhias participando em tournées pela província. Conseguiu o
apoio de vários mecenas poderosos acabando por se fixar no Teatro do Palácio
Real vindo a beneficiar da protecção do rei Luís XIV.
Tartufo foi
encenado em Versalhes, em 1664, tornando-se no maior escândalo da carreira
artística de Molière. A descrição da hipocrisia geral das classes dominantes e,
principalmente, do clero, foi considerada ofensiva.
Utilizando
como mote a aristocracia francesa, em luta para manter os seus privilégios, a
burguesia ascendente, ávida por ampliar o seu estatuto social e ainda
o papel intriguista dos religiosos, Molière desconstrói a hipocrisia da
estrutura social da época, desmascarando o farsante Tartufo.
Tartufo é um
símbolo dessa estrutura que usa em proveito próprio. Ele é capaz de mentir,
roubar, enganar, com o mero objectivo de conseguir mais privilégios.
Tudo em nome
de Deus.
A peça
mantém-se actual ao denunciar males eternos e "universais", como a
corrupção, a hipocrisia religiosa, a ocupação de cargos de poder por mentirosos
manipuladores.
Diz-se que
Moliére morreu no palco, representando o papel principal da sua última peça: O
Doente Imaginário.
Na verdade,
terá desmaiado durante a actuação, vindo a falecer, horas mais tarde, na sua
cama.
Diz-se
também que estava vestido de amarelo, o que gerou a superstição de que esta cor
é fatídica para os actores.
Molière foi
responsável pela popularidade da comédia no teatro moderno.
Como
encenador ensinou os seus actores a utilizarem o naturalismo para enriquecerem
a actuação, resultando um teatro mais próximo do espectador.
Molière
utilizava expressões comuns, ao contrário do que acontecia no teatro clássico.
Também na
composição das personagens há uma aproximação à realidade; elas retratam as
contradições e o ridículo da natureza humana.
Construiu
personagens populares como o devoto, o nobre, o pedante, o ambicioso e
desmascarou-os, sem dó nem piedade mas com muito humor.
Num formato
cómico, acessível ao grande público (incluindo a nobreza), Molière abordou
temas difíceis e atingiu um grau de reflexão normalmente só presente no teatro
trágico.
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