A tragédia
entrou em declínio nos séculos XVII e XVIII, talvez por manter ainda um
profundo sentimento social e religioso, evoluindo na direção do drama do
melodrama
Melodrama
Peça teatral
de carácter popular, na qual se acumulam, em tom patético, sentimentos e acções
de exagerada dramaticidade.[Por Extensão] Qualquer atitude ou facto desse
teor.
O
melodrama teatral é um género complexo de espetáculo cénico que se
desenvolveu após a Revolução Francesa.
Com forte
influência do teatro das feiras e da pantomima, no melodrama são utilizadas
máquinas, cenas de combate, danças e todo o tipo de truques espetaculares na
construção dos espetáculos.
O melodrama
torna-se, no início do século XIX, o género teatral mais amado e popular, bem
como o mais desprezado pelos admiradores da tragédia e da comédia
erudita.
A fórmula do
melodrama pode resumir-se em duas palavras: inocência perseguida.
Os papéis melodramáticos
fundamentais são os do malvado perseguidor e o da jovem honesta e
enamorada.
Em torno
deles pairam uma série de personagens patéticas (o enamorado honesto e o pai
afetuoso)
ou
definitivamente cómicas.
Mas o papel
central é o do vilão, ambicionado por todos os atores altos e de perfil
espectral.
A
ambientação das narrativas era frequentemente medieval mas também não faltavam
temas de inspiração social da atualidade da época.
Eram muito
populares as fantasias românticas inspiradas em histórias tristes e sangrentas.
A componente
sensacionalista e obscura era muito procurada.
O herói
podia ser um bandido famoso no qual o povo projetava os seus sentimentos de
revolta.
A ação era
rica em golpes narrativos inesperados, trepidante, conduzida por personagens
com uma psicologia elementar, sem variações, transpondo uma mensagem moral
extremamente simples.
Mas o teatro
romântico teve outras formas de expressão, além do melodrama.
Na Alemanha
foi muito popular a representação de obras com um fundo histórico e intenções
moralizantes.
Por volta de
1790 havia cerca de 70 companhias ativas em solo alemão e pelo menos 30 tinham
uma sede e uma sala de espetáculos.
Muitos
municípios subsidiavam estas companhias que estabilizaram os seus métodos de
produção.
Um dos mais
importantes nomes do romantismo alemão e europeu foi Goethe; dramaturgo,
romancista, poeta, ensaísta, ele foi ainda encenador e intérprete introduzindo
a ideia de anteceder os ensaios teatrais de longos períodos de estudo teórico.
Goethe
definiu um conjunto de regras para os atores que aplicava com rigidez nas suas
encenações.
O ator devia
eliminar da dicção todas as inflexões de
dialeto , apresentar-se sem grandes ímpetos e não mudar bruscamente de tom de
voz.
A postura do
corpo devia ser adequada: peito para fora, braços junto ao tronco até aos
cotovelos, cabeça ligeiramente inclinada na direção do interlocutor mas não
mais do que o necessário para estar sempre a três quartos para o público.
O ator devia
mostrar-se sempre educado.
Shakespeare foi
o autor mais representado nos finais do século XVII e princípio do século XIX
em toda a Europa. Mas o teatro clássico era apenas uma das muitas formas de
expressão que subiam aos palcos das salas nas principais cidades europeias.
Assim, a par
do drama gótico, que encenava histórias de fantasmas e de aventuras
medievais, encontravam-se dramas equestres, dramas náuticos e até
um drama canino no qual os intérpretes eram cães amestrados.
No século
XIX uma sessão teatral inglesa durava aproximadamente 5 horas, das sete da
tarde à meia-noite. Depois da 1.ª parte o público podia entrar por metade do
preço. Assim, muitas vezes, depois da representação de um drama a sessão
terminava com farsas, pantomimas, ballets e outros entretenimentos.
Sem comentários:
Enviar um comentário