domingo, 27 de novembro de 2016

A Cultura da Gare: 10 - Breve História do Teatro: da Idade Média ao Romantismo (3) Commedia dell'arte



As origens exatas desta forma de comédia são desconhecidas.
Terá sido inspirada pelas farsas populares, burlescas e grosseiras, que se praticavam na Roma antiga,as Atelanas.

A commedia dell'arte fascinou e atraiu todo o tipo de público, mesmo entre as classes sociais mais elevadas.
As melhores companhias conseguiram levar as suas peças da rua para o palácio, fascinando audiências mais nobres.
Devido a esse apoio, foi-lhes permitido ultrapassar as fronteiras do seu país de origem e viajar por toda a Europa.

Os grupos de atores itinerantes montavam um palco ao ar livre e divertiam através de malabarismos, acrobacias e, mais tipicamente, peças de humor improvisadas, baseadas num repertório de personagens preestabelecidos.

As personagens eram identificadas pelo figurino, máscaras, e eventuais adereços cénicos.

Na trama tradicional, os innamorati (enamorados) querem casar-se, mas um ou mais vecchi (velhos) querem impedi-los; os velhos recorrem à ajuda de um ou mais zanni  (criados) para conseguirem o que pretendem.

Tipicamente termina tudo bem com o casamento dos enamorados e o perdão generalizado por todas as confusões causadas.

As representações de commedia dell’arte fundaram um estilo e uma linguagem, caracterizando-se pela utilização do cómico.

As encenações da commedia dell’arte baseavam-se na criação colectiva. Os actores apoiavam-se num esquema orientador e improvisavam os diálogos e a acção, deixando-se levar ao sabor da inspiração, criando o desejado efeito cómico.

Eventualmente, as soluções para determinadas situações foram sendo interiorizadas e memorizadas, pelo que os actores se limitavam a adicionar pormenores que o acaso proporcionava, acrescentando acrobacias.

O elevado número de dialectos que se falavam na Itália pós-renascentista determinou a importância que a mímica assumia neste tipo de comédia. O seu uso exagerado servia, não só o efeito do riso, mas a comunicação em si.

Muitas vezes os cenários resumiam-se a uma enorme tela pintada com a perspectiva de uma rua, de uma casa ou de um palácio.

O actor surge assim como o elemento mais importante neste tipo de peças. Sem grandes recursos materiais, eles tornaram-se excelentes intérpretes, levando a teatralidade ao seu expoente mais elevado.

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