segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A cultura do Cinema - 2 - Tempos de Mudança (cont.)

O período do pós-guerra foi duro.


A gigantesca tarefa da reconstrução material e económica dos países envolvidos no conflito revelou a falta de verbas dos governos para garantirem os financiamentos adequados.

A inflação foi galopante e o desemprego um problema dramático sobretudo entre os ex-soldados.
A agitação social evoluiu num crescendo, incentivada pelo movimento operário e pelos partidos de esquerda inspirados pelo êxito recente da Revolução Socialista Soviética (1917), na Rússia.
As democracias ocidentais viram-se em grandes dificuldades: enquanto tentavam manter a estabilidade política eram obrigadas a contrair avultados empréstimos para poderem resolver os problemas económicos e sociais internos (provocando mais inflação, vida mais cara, mais descontentamento social).

O grande credor da Europa foi, na época, o governo dos Estados Unidos da América que, sem guerra no seu território, tinha expandido a sua economia durante o conflito abastecendo a Europa e substituindo-a nos mercados de outros  continentes.

Tudo isto permitiu que os EUA vivessem um período de grande prosperidade que nunca antes conhecera e que deu origem ao mito do american way of life que a Europa passou a imitar.

A Europa perdeu para os EUA a sua posição dominante e assim passou a existir uma nova ordem política mundial que se tem mantido até aos dias de hoje mas que, recentemente, começou a mudar.
Mas, em 1929, deu-se o célebre crash da Bolsa de Nova Iorque mostrando que a prosperidade dos anos 20 era, afinal, muito frágil.

Este desastre económico marcou o início da chamada Grande Depressão e alastrou dos EUA para os outros continentes.

A economia capitalista havia-se globalizado.

Na Europa, a Grande Depressão veio travar a recuperação económica do pós-guerra quando esta ainda estava no início agravando terrivelmente as condições de vida das populações.

Na procura de soluções para esta crise, o debate político radicalizou-se.

Os regimes parlamentares conheciam agora novas forças em ascenção: de um lado os partidos de esquerda, apoiados pelos sindicatos de trabalhadores, do outro os emergentes partidos autoritários como o Partido Nacional Socialista (Nazi) alemão e o Partido Fascista italiano.

O medo da União Soviética, então na era estalinista, a instabilidade política e social, as frequentes greves e manifestações, permitiram a subida de popularidade destes partidos autoritários e nacionalistas e a sua chegada ao poder  na Itália (1922), em Portugal (1926), na Alemanha (1933), em Espanha (1939) e outros.


Profundamente nacionalistas. Estes partidos puseram em marcha políticas agressivas que viriam a estar na origem da Segunda Guerra Mundial. 

Sem comentários: