O Humanismo
foi a expressão literária do pensamento e dos valores dos intelectuais do
Renascimento.
Os humanistas
foram escritores, filósofos e professores que, animados pelo espírito novo do
racionalismo, individualismo e antropocentrismo burgueses e fascinados pelo
exemplo dos autores clássicos, gregos e romanos, renovaram o pensamento europeu
nas letras, nas ciências e nas artes.
Os
humanistas procuraram os textos originais produzidos na Antiguidade Clássica e
não as versões e interpretações da escolástica medieval.
Assim,
viajantes infatigáveis, pesquisaram nas velhas bibliotecas e nos scriptoria
dos mosteiros em busca dos manuscritos antigos.
Platão,
Aristóteles, Cícero, Tácito, Plutarco, Séneca e muitos outros, regressam nas
suas formas originais em Latim clássico e Grego antigo.
A par das
línguas clássicas, os Humanistas valorizam também as línguas nacionais, nas
quais se notabilizam autores que vão tornar-se imortais, como Luís de Camões
(1525?-1580) e William Shakespeare (1564-1616).
Para os
Humanistas admirar os clássicos não significava copiá-los, quer nos temas, quer
nos géneros (literários, pictóricos…).
Imitá-los
consistia, sobretudo, em recriá-los.
Os Lusíadas
recriam a Odisseia de Homero, as tragédias de Shakespeare recriam as tragédias
gregas de Ésquilo, Sófocles e Eurípides com espírito crítico e criativo.
A cultura
clássica foi entendida como instrumento pedagógico ao serviço do
desenvolvimento de capacidades intelectuais, de valores morais, do conhecimento
de si próprio e do mundo envolvente: ao serviço da formação da personalidade
humana.
As formas
artísticas e de pensamento são constantemente recriadas e renovadas.
Optimistas
em relação ao mundo, amantes da vida e da beleza, os Humanistas souberam
acreditar no Ser Humano sem deixarem de acreditar em Deus, interpretando as
Escrituras de forma a dar um sentido mais humano à mensagem religiosa.
Para a
rápida difusão do pensamento Humanista e para o sucesso dos seus autores, muito
contribuiu outra novidade desta época: a invenção da imprensa.
Correntemente
atribuída a Gutenberg, a invenção da tipografia, a arte da impressão, surgiu na
Alemanha por volta de 1440-50.
Levada por
tipógrafos itinerantes em busca de mecenas para a sua arte, a imprensa
abrangeu, neste período, toda a Europa Ocidental.
O primeiro
livro totalmente impresso saiu na Alemanha, cerca de 1456-58; em Paris cerca de
1470; em Nápoles cerca de 1471; em
Cracóvia cerca 1474; em Portugal cerca 1494… em 1480 eram 110 as cidades
europeias com oficinas tipográficas instaladas. Em 1500 eram já 236. A partir
daí a imprensa não parou de se expandir.
A
valorização da experiência enquanto fonte de conhecimento, da Razão
e do espírito crítico (e não apenas o saber livresco e teórico) no
processo de descoberta do Ser Humano e do Mundo (Universo) proposto pelos
intelectuais do Humanismo é a base da consciência da modernidade.
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