quarta-feira, 28 de setembro de 2016

A Cultura da gare : 3 - Admirável Mundo Novo

Como consequência do êxodo rural deu-se um grande aumento demográfico nas cidades.
Lentamente as condições de vida foram melhorando devido ao desenvolvimento urbano.
O proletariado fabril cresceu, a sociedade burguesa, industrial e urbana consolidou-se originando aquilo que designamos por classe média.

A instrução primária generalizou-se, a imprensa difundiu-se.

Devido ao racionalismo laico* e ao positivismo** desenvolve-se a ideia de o Homem é o único factor de progresso.

Racionalismo laico*
Defende que os assuntos religiosos devem pertencer somente à esfera privada do indivíduo. Separa os assuntos religiosos dos assuntos do Estado.

Positivismo**
O positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro.

Em meados do século XIX dá-se a designada 2ª revolução industrial que envolveu uma série de desenvolvimentos na indústria química, elétrica, petrolífera e do aço.

A 3ª Revolução Industrial terá início em meados da década de 1940, logo após a 2ª Guerra Mundial. É um processo com a liderança dos EUA, que se tornou a grande potência económica e militar. Tem como principal característica a informatização progressiva das tecnologias utilizadas no sistema de produção industrial.

Isto significou um grande desenvolvimento tecnológico que teve como consequência o surgimento de importantes invenções que viriam a transformar profundamente o modo de vida das populações dos países europeus e da américa.

A rapidez e a qualidade da informação melhoraram enormemente!
A capacidade de comunicar à distância (telégrafo, telefone) ou a de transportar pessoas, bens e informação escrita (comboio, barcos a vapor) contribuiu para uma mais vasta difusão de bens culturais.

O sistema de governação tende a ser democrático.

Sob a forma de monarquia constitucional  ou de repúblicas onde o poder é exercido por deputados eleitos por sufrágio representando diferentes partidos políticos que defendem diferentes pontos de vista.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A Cultura da Gare : 2 - Uma nova sociedade (o mundo das cidades)

Uma vaga revolucionária iniciou-se em 1830 em França, com o levantamento que ficou conhecido como a Revolução dos Três Dias Gloriosos. As revoluções liberais alastraram pela Europa: a Bélgica libertou-se da Holanda e houve tentativas (fracassadas) de unificação da Alemanha e da Itália e de libertação da Polónia que havia sido anexada pelo império russo. O movimento teve também posteriores repercussões em Portugal e Espanha.

A pequena burguesia e o operariado foram as forças que estiveram na origem destas revoluções contra a alta burguesia, a aristocracia conservadora e o poder político instituído cuja finalidade consistia em manter e fortalecer o grande capital, os impérios coloniais utilizando a força e a repressão para alcançar os seus objectivos.

Graças à invenção da máquina a vapor, a produção de mercadorias aumentou e os lucros dos burgueses donos de fábricas cresceram muito.

As fábricas espalharam-se rapidamente e provocaram mudanças profundas. O modo de vida e a mentalidade de milhões de pessoas transformaram-se .
O mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da mudança incessante triunfou.

O crescimento das cidades, potenciado pela revolução industrial, fez com grandes parcelas das populações tivessem migrado dos campos para as cidades em busca de melhores condições de vida.

Os camponeses vieram trabalhar para as fábricas tornando-se operários. Estas grandes massas de trabalhadores assalariados deram origem a uma força social que viria a ser muito importante: o proletariado.

Proletariado é a classe social mais baixa que se formou dentro das sociedades industrializadas.
Proletariado é a classe dos proletários, os operários, constituída por indivíduos que se caracterizam pela sua condição permanente de assalariados e pelos seus modos de vida e atitudes decorrentes de tal situação.   

A palavra proletário teve origem entre os romanos, para descrever o cidadão pobre que só era útil à República para gerar “prole” (filhos), que no futuro iria servir a Pátria. No século XIX, a palavra proletariado passou a ser usada para identificar a classe sem propriedade, a classe que não possuía meios de produção capazes de gerar o seu sustento, precisando de vender a sua força de trabalho para aqueles que possuíam os meios de produção.

O proletariado sobrevivia em condições miseráveis distinguindo-se dos escravos apenas por receber pequenas quantias em troca do seu trabalho.

O proletariado era profundamente explorado nos salários, nos horários de trabalho, na falta de segurança e de higiene, tanto nas fábricas como nas suas habitações.

Não havia apoio na velhice nem na doença. As mulheres e as crianças eram contratadas com salários ainda mais miseráveis que os dos homens.

Com o passar do tempo os operários adquiriram consciência de classe e organizaram-se em associações sindicais com a finalidade de lutarem pelos seus interesses.

A Cultura da Gare: 1- Tempos de mudança

Durante séculos, desde a queda do Império Romano, a Europa assistiu ao estabelecimento de um regime apoiado em dois pilares: a Igreja (o cristianismo) e a monarquia (até ao absolutismo).

Este estado de coisas veio ser posto em causa com as grandes revoluções do final do século XVIII (Revolução Americana e Declaração da Independência; Revolução Francesa e Revolução Industrial) que tiveram o cunho de uma nova classe social em ascensão: a burguesia.

A revolução Francesa desenvolveu-se até culminar na ascensão ao poder de Napoleão Bonaparte que mais tarde viria a declarar-se Imperador.

Ao longo dos primeiros anos do século XIX os exércitos napoleónicos envolveram-se em numerosas guerras tendo conquistado uma parte significativa do território europeu.
Napoleão viria a ser derrotado na batalha de Waterloo, na Bélgica, em 1815. Esta última derrota marca o fim definitivo do sonho imperial napoleónico.

A guerra da França liberal e revolucionária havia assustado os países absolutistas: Prússia, Rússia e Áustria-Hungria. Foram estas potências que formaram a Santa Aliança, responsável pela derrota de Napoleão em Waterloo.


Estas potências organizaram o Congresso de Viena (1814-1815) onde os monarcas se comprometeram na defesa comum da monarquia e da religião contra qualquer tentativa revolucionária de alterar as forças tradicionais do continente europeu. 

Foi em Viena que desenharam novas fronteiras, dividindo entre si partes do império napoleónico, anexando vastos territórios de forma autoritária sem terem em conta as aspirações nacionalistas dos povos subjugados.