terça-feira, 23 de junho de 2009

Prova 724, 1ª Fase, 2009

Difícil perceber o que para ali vai!


E pronto, a 1ª fase do exame de História da Cultura e das Artes já lá vai.

A prova pareceu-me bastante básica e sem grandes problemas ao nível da interpretação das questões. Houve, no entanto, uma situação que me levantou fortes dúvidas, ao ponto de ter estabelecido contacto telefónico com o GAVE. Refiro-me às imagens que ilustram a questão I-3 que, na minha opinião, não são suficientemente nítidas para servirem de base a uma resposta objectiva e esclarecida. Segundo o responsável pela prova que me atendeu, terei sido o único professor a protestar com aquela situação, facto que terá retirado força à reivindicação de uma forma de compensação na avaliação dessa pergunta.

Outro aspecto que me levantou algumas dúvidas (mas que não debati no tal telefonema) foi a escolha de A Virgem com o Menino e Santa Ana, de Leonardo, para ilustrar uma questão sobre aspectos genéricos da pintura renascentista. Isto porque a pintura em questão é bastante sui generis e não apresenta alguns dos aspectos básicos do Renascimento (perspectiva central, eixo de simetria e distribuição simétrica das formas no espaço, etc.).

É ainda questionável a inclusão, no mesmo grupo de questões, o Grupo II, de temas tão díspares como o Renascimento e a Arte Nova. Enfim, parece que a arte de fazer testes de avaliação não está ao alcance de todos, nem sequer daqueles que pouco mais terão que fazer na vida (se calhar têm muito mais que fazer e eu estou a ser injusto).

Os critérios de correcção podem ser aqui analisados. Sempre dá para ficares com uma noção aproximada da nota a que poderás aspirar.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Acontecimento - A descoberta da penicilina




Entre os temas estranhos e desopilantes que temos de estudar em História da Cultura e das Artes está este. Uma vez que não foi abordado directa e exclusivamente no espaço da aula, aqui fica este post em jeito de nota de rodapé.

A página 21 do 3º volume do nosso manual deixa duas questões:
1) O que foi e que importância teve a descoberta da penicilina?
2) Relacione a descoberta e o uso da penicilina com a situação da Europa e da América, na primeira metade do século XX.

Assim, pareceu-me uma abordagem razoável a este tema tentar responder directamente às duas questões acima transcritas.

1) A penicilina foi descoberta em 1928 quando Alexander Fleming, saiu de férias e esqueceu algumas placas com culturas de microrganismos no seu laboratório no Hospital St Mary em Londres. Quando regressou, reparou que uma das suas culturas tinha sido contaminada por um bolor, e, à sua volta, as bactérias haviam morrido. Então Fleming e seu colega, Dr. Pryce, conseguiram extrair desse bolor a penicilina que eliminava uma série de bactérias até essa data mortais e para as quais não era conhecida cura.
A penicilina salvou milhares de vidas de soldados aliados na Segunda Guerra Mundial. Após o fim da 2ª Grande Guerra a distribuição comercial estendeu-se também à população civil, proporcionando maior qualidade de vida e fazendo recuar significativamente a mortalidade por doenças infecciosas.
(fontes; manual, página 20, 3º volume e wikipédia)

2) Esta questão tem uma resposta menos evidente. Penso que, ao colocá-la, se pretende potenciar uma reflexão sobre as precárias condições de vida nas grandes metrópoles do início do século XX, extraordinariamente vulneráveis a epidemias que, frequentemente, dizimavam as populações menos favorecidas. O desenvolvimento científico ao nível da medicina contribui para melhorar as condições de vida (aproveita para recordar o que é o cientismo) mas, por outro lado, é também encarado sob um ponto de vista comercial (ponto de vista capitalista) e pode tornar-se fonte de frustração para aqueles que aspiram a sobreviver a situações de saúde complicadas.


Parece-me importante (talvez mesmo o MAIS importante nesta coisa) sublinhar a frase de Fleming no final da página 20 do nosso manual:
«O futuro da Humanidade depende, em grande parte, da liberdade que os investigadores tenham para explorar as suas próprias ideias.»




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terça-feira, 9 de junho de 2009

POP - 1

Odalisca de Robert Rauschenberg, 1955-58



"(...) O novo movimento sucede a um período, que durou quase 20 anos, de domínio absoluto por parte do abstraccionismo e da arte informal. A confiança na obra (...) que até então tinha constituído a espinha dorsal da action painting, não anima os artistas pop.

(...) A nova corrente (Pop Art) faz a sua entrada em Nova Iorque no início dos anos 60. (...) Embora a aparição da pop art não deva atribuir-se a influências históricas, pode considerar-se que os seus percursores são o surrealismo, o new dada e, acima de tudo, Duchamp. Essa derivação deve ser imputada à aparição do obecto que, nas obras de Duchamp, é retirado do seu ambiente natural, transplantado para um contexto totalmente diferente e, carregado de outras conotações, proposto como absoluto poético.

Para se compreender totalmente a pop art, justificar as suas técnicas, entender os seus conteúdos, é necessário, em primeiro lugar, ter em conta que se trata de um movimento associado à contemporaneidade, caracterizado por um impulso e um estilo indissulovelmente ligados aos ritmos das cidades modernas. Alheia a limitações ou condicionamentos, a nova arte pretende transferir o seu campo de acção da tela para o mundo, devorar os espaços e os acontecimentos até coincidir com eles.

As suas fontes de inspiração são os aspectos mais excessivos e provocatórios da cultura contemporânea: o universo da sociedade de massas, as imagens que caracterizam a linguagem comercial e exercem uma pressão excepcional sobre os seres humanos. «O que carateriza a pop art é, acima de tudo, a utilização que faz do que é desprezado», afirma Roy Lichtenstein. "




Pintura de Roy Lichtenstein

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